A distribuição
das chamadas capitânias hereditárias foi a primeira tentativa feita pelo
governo português para ocupar e melhor explorar seu território na América. Com
o fracasso desse sistema levou o rei de Portugal a nomear um governador geral
para a colônia. Durante o primeiro
século da colonização, os portugueses ocuparam efetivamente apenas as regiões
litorâneas onde inicialmente se desenvolveram as únicas atividades lucrativas
para a metrópole, ou seja, a exploração do pau-brasil e a produção de açúcar. Com
a União Ibérica (1580-1640) houve a momentânea anulação do Tratado de
Tordesilha[1]
A partir do século XVII, especialmente após expulsão dos holandeses do nordeste, a coroa portuguesa passou a fortalecer a ideia de ocupar o território em direção ao interior. Além das expedições militares organizadas pelo próprio governo e que garantiam a ocupação do litoral e da região sul da colônia, a expansão do território ou interiorização territorial, como preferem alguns historiadores, ocorreu através dos bandeirantes, dos pecuaristas e das missões jesuíticas. A ocupação de novos territórios provocou, por sua vez, a assinatura de novos acordos entre as coroas Portugal e Espanha. Por fim, a descoberta do ouro, no início do século XVIII, vai provocar definitivas mudanças econômicas e sociais na colônia.
s, o que possibilitou que terras mais afastadas do litoral, e que não
interessavam aos colonizadores espanhóis, pudessem ser ocupadas pelos colonos
portugueses.A partir do século XVII, especialmente após expulsão dos holandeses do nordeste, a coroa portuguesa passou a fortalecer a ideia de ocupar o território em direção ao interior. Além das expedições militares organizadas pelo próprio governo e que garantiam a ocupação do litoral e da região sul da colônia, a expansão do território ou interiorização territorial, como preferem alguns historiadores, ocorreu através dos bandeirantes, dos pecuaristas e das missões jesuíticas. A ocupação de novos territórios provocou, por sua vez, a assinatura de novos acordos entre as coroas Portugal e Espanha. Por fim, a descoberta do ouro, no início do século XVIII, vai provocar definitivas mudanças econômicas e sociais na colônia.
Expedições
Militares: expansão oficial
O governo português organizou várias expedições
militares de caráter oficial que tinham especialmente o objetivo de ocupar e
defender o território brasileiro que era constantemente ameaçado pela presença
de estrangeiros. Essas expedições eram organizadas pelo próprio governo, porém,
muitas vezes foram os próprios colonos luso-brasileiros que lutaram pela
conquista e ocupação do litoral e de alguns pontos do norte e do nordeste.
Lutando contra estrangeiros e indígenas que ainda
resistiam à ocupação portuguesa, através dessas expedições várias fortificações
foram levantadas no litoral, dando
origem a importantes cidades, como: Filipéia de Nossa Senhora das Neves em 1584 (atual João Pessoa); Forte
dos Reis dos Magos, em 1597 (atual
Natal); Fortaleza de São Pedro, em 1613 (atual Fortaleza); e Forte do Presépio, em
1616 (atual do Belém).
A partir de 1750 o governo passou a direcionar as expedições “sertão adentro” procurando
ocupara de forma mais efetiva o oeste e o sudoeste e ao mesmo tempo conter um
possível avanço espanhol. Essas expedições desconsideravam a linha do Tratado
de Tordesilhas que dividia as terras entre portugueses e espanhóis. A expansão
em direção ao sul do território foi inicialmente feita por mar e tinha o
objetivo de controlar o rio da Prata, ponto estratégico que servia de entrada
para o interior do continente. Procurando fixar uma fronteira natural os
portugueses fundaram, em 1680, na margem
esquerda do Rio da Prata em frente a Buenos Aires, a Colônia
de Sacramento.
Bandeirantes
Desde o início da colonização os portugueses
exploraram o território em busca de ouro. As expedições organizadas e
financiadas pelo próprio governo e que tinham esse objetivo eram chamadas de entradas.
Possivelmente a primeira expedição oficial com o propósito de encontrar
ouro foi feita em 1504, comandada por Américo Vespúcio.
Além das entradas, haviam aquelas que eram
organizadas e patrocinadas por particulares e que eram chamadas de bandeiras.
Essas passaram a ocorrer sobretudo a partir do século XVII. Nessa época,
boa parte da população de São Vicente migrou para a vila de São Paulo fugindo
da miséria provocada pela crise na economia açucareira. Era da vila de São
Paulo que geralmente saiam os bandeirantes, aventureiros que, em
busca de melhores condições para sobreviver entravam pelo sertão a pé, a cavalo
ou em canoas ultrapassando em muitos casos a divisão estabelecida pelo Tratado
de Tordesilhas. Os bandeirantes[2]
tinham basicamente três objetivos ou atividades de interesse que variavam
conforme a época ou região:
Capturar
índios que seriam vendidos como escravos: Foi uma
atividade muito lucrativa especialmente durante o período em que os holandeses
dominaram o nordeste e controlavam ao mesmo tempo as colônias portuguesas na
África de onde eram trazidos negros escravos. Os bandeirantes foram
responsáveis pelo dizimação de milhares de nativos e pelo despovoamento do interior do território.
Depois que os holandeses foram expulsos do Brasil, o tráfico de escravos
africanos voltou ao seu funcionamento
normal e a escravização indígena vai perder valor. Nesse momento os bandeirantes passam a ter
outros objetivos principais.
Procurar
metais preciosos: Como a captura de índios já
não trazia tantos rendimentos, passaram a se dedicar a procura de metais
preciosos. Foram responsáveis pela descoberta do ouro em Minas Gerais (1693),
Mato Grosso (1718) e Goiás (1725).
Combater
índios e capturar escravos fugitivos: Em alguns
casos, autoridades do governo, senhores de engenho ou criadores de gado
chegavam a contratar os serviços dos bandeirantes. Essa atividade era chamada
de sertanismo de
contrato. Até mesmo
alguns quilombos, como o de Palmares, por exemplo, chegaram a ser atacados por
expedições de bandeirantes.
Os
jesuítas
Em 1534, quando o protestantismo ganhava espaço na
Europa, foi fundada por Inácio de Loyola a Companhia de Jesus, da qual faziam
parte padres da Igreja Católica, os chamados padres jesuítas. Os primeiros
jesuítas chegaram ao Brasil no ano de 1549, com a expedição de Tomé de Souza.
Os principais objetivos dessa ordem religiosa eram:
- levar
o catolicismo para as regiões recém descobertas, principalmente à América;
- catequizar
os índios, transmitindo-lhes as línguas portuguesa e espanhola e os costumes
europeus.
- impedir
o avanço do protestantismo;
Com esses objetivos bem definidos, os padres
jesuítas estiveram envolvidos na fundação das missões ou reduções jesuíticas.
Os jesuítas obtiveram do governo sesmarias onde foram organizados os
aldeamentos. Conforme os indígenas se afastavam do litoral fugindo da invasão
dos colonizadores, os padres jesuítas seguiam para o interior do território
fundando missões na Amazônia, no sul e sudeste do Brasil atual, ultrapassando,
portanto, a linha de Tordesilhas.
Para se aproximar dos índios, os religiosos das
missões jesuíticas na América aprenderam as línguas dos nativos e criaram meio
que facilitavam o convívio entre eles. A partir disso passaram a organizar
povos e até mesmo abrigar os indígenas. As missões geralmente mantinham
características como: regime comunitário, autossuficiência, espaço para a
produção econômica, infraestruturas cultural e administrativa. Enquanto os
adultos trabalhavam para suprir as necessidades do aldeamento, as crianças
aprendiam a língua portuguesa e recebiam aulas de moral e religião.
Nas missões do norte os jesuítas obtiveram grandes
lucros ao explorarem, através do trabalho dos indígenas, as chamadas drogas do
sertão (guaraná, pimenta, castanha, baunilha e plantas aromáticas e medicinais.
Com o tempo, alguns setores da Igreja Católica, que discordavam dos métodos dos
jesuítas, assim como parte dos colonizadores que achavam desnecessária a
catequização ou bandeirantes que visavam escravizar os índios, fizeram uma
forte oposição às missões jesuíticas na América. Para defender-se de ataques
algumas reduções foram autorizadas pelo governo a manter milícias armadas. Em
1760, alegando conspiração contra o reino português, o marquês de Pombal
expulsou os jesuítas do Brasil, confiscando os bens da ordem.
Revolta de Beckman (1684)
A Revolta de Beckman, classificada como sendo um
movimento nativista[3], teve
início em 1684 na cidade de São Luís, Maranhão. A grande insatisfação dos
comerciantes, proprietários rurais e população em geral com a Companhia de
Comércio do Maranhão[4],
fundada pela coroa portuguesa em 1682, são apontados como as principais causas
para a rebelião.
Os comerciantes reclamavam do monopólio da
Companhia, proprietários rurais contestavam os baixos valores pagos pela Companhia
por seus produtos e por fim, a maior parte da população demonstrava insatisfação
com a baixa qualidade e altos preços dos produtos que eram comercializados
pela Companhia na região. Produtos como vinho, trigo e bacalhau chegavam em
pouca quantidade e muitas vezes sem condições para o consumo. Além desses
problemas, outra séria questão que motivou a revolta foi a falta de mão-de-obra
escrava, ou seja, o escravos comercializados pela Companhia era insuficientes para
atender as necessidades dos grandes proprietários de terra. O senhores de terra
tentavam contornar o problema da falta
de escravos capturando indígenas para trabalharem na lavoura, prática que não
era aceita pelos jesuítas que defendiam a catequização para os nativos. O
próprio governo metropolitano proibiu a escravização de indígenas.
Na noite de
24 de fevereiro de 1684, liderados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, senhores de engenho e comerciantes e iniciaram
um movimento invadindo e saqueando o depósito da Companhia de Comércio do
Maranhão. Os revoltosos também expulsaram os jesuítas da região e tiraram do
poder o governador legalizando a escravização de indígenas. Apesar de terem
instalado um governo provisório na capitânia, o movimento foi controlado pelas
tropas portuguesas e os rebeldes foram enforcados.
A
pecuária
Durante o
período colonial a pecuária desempenhou importante papel na economia. Em
relação a outras atividades a pecuária tinha uma diferença básica, ou seja, ela
visava atender o mercado interno e seus lucros, portanto, ficavam na colônia.
Pouca parte do couro, produzido tinha como destino a Europa. Desse modo, o
governo de Portugal nunca incentivou a pecuária e em 1701 chegou a proibir a
criação de gado a menos de 80 km de distância da costa procurando assim manter
essas áreas destinadas a produção agrícola que poderia ser destinada á
exportação. Além de abastecer a colônia
com carne e couro, os animais serviam também como força para mover as moendas e especialmente como
fundamental meio de transporte tanto de pessoas como de cargas.
No
nordeste a atividade da pecuária avançou
sobre o sertão e procurava fornecer carne e especialmente abastecer os
engenhos. A atividade na região entrou em crise devido a concorrência da produção
de Minas Gerais após a descoberta do ouro. Especialmente a partir da segunda
metade do século XVIII o território do atual Rio Grande do Sul vai passar a ter
importância maior para à Coroa Portuguesa. A pecuária, que se desenvolveu muito
devido ao relevo plano e a rica pastagem natural, se torna a principal
atividade econômica da região. Primeiramente a
produção de couro foi promovida para atender aos interesses da metrópole. Com o
enfraquecimento da atividade pecuarista no nordeste, a produção do charque,
conhecida também como carne seca, passa a ganhar destaque. Conforme os centros
urbanos se desenvolviam, principalmente por conta da exploração do ouro, o
charque passou a ser produzido em grandes quantidades permitindo inclusive a
formação de uma enriquecida elite pecuarista na região sul.
QUESTÕES:
1) Durante muito tempo os portugueses
povoaram somente o litoral do território. Porém, a partir do século XVII,
trataram de expandir o território em direção ao o interior. Através de que
ações isso foi possível?
2) A busca pelo ouro era uma das
razões que motivavam os colonizadores a explorarem novos territórios. Dois
tipos de expedições foram organizadas, as entradas
e as bandeiras. Que diferenças haviam
entre elas?
3) Os bandeirantes tiveram grande
importância para a interiorização do território colonial português na América.
Sobre isso, responda:
a) Quais eram os principais objetivos dos bandeirantes?
b) De que maneira contribuíram com a expansão do território
em direção ao interior?
c) Como pode ser
explicado o desentendimento entre jesuítas e bandeirantes?
d) A partir de que ano se intensificou a busca por ouro? Que
foi o líder da expedição e em que regiões foi encontrado o precioso metal?
4) Os jesuítas tiveram importante
papel na ocupação de territórios no interior da colônia. Responda:
a) Qual era o principal objetivo dos padres jesuítas e como
funcionavam e estavam organizadas as chamadas missões jesuíticas?
b) Explique de que maneira os jesuítas colaboraram com a
expansão do território.
5) Quais foram as razões para ter
ocorrido no Maranhão a Revolta de Beckman em 1684?
6) Com suas palavras, explique a
importância que a atividade da pecuária teve para a economia colonial e de que
modo contribuiu para a ocupação de áreas no interior.
7) A ocupação do interior do
território fez com que Portugal ultrapassasse a linha estipulada pelo Tratado
de Tordesilhas. A partir desse momento muitos outros tratados tiveram que ser
negociados. Quais foram os principais
tratados assinados por Portugal e Espanha e que fixaram os limites na América
do Sul?
8) O que ficou estabelecido pelo
Tratado de Madrid, assinado em 1750? Após a assinatura desse tratado teve
início uma guerra. Que guerra foi essa? Por que ocorreu? Que resultado teve?
9) A descoberta do ouro provocou,
entre outras coisas, a chamada “corrida do ouro.” O que foi essa corrida e que consequências
ela teve? O que foram as expedições
denominadas de monções?
10) A Guerra dos
Emboabas teve grande significado durante o período colonial e ocorreu após a
descoberta do ouro no início do século XVIII.
O que foi e por que ocorreu essa guerra? De que maneira esse conflito
colaborou com a descoberta de outras áreas de exploração de metais preciosos?
11) Para a
descoberta do ouro realmente significar a saída para os problemas financeiros
de Portugal, o governo português teve que criar órgãos capazes de fiscalizar a
exploração do precioso metal. Sobre isso, responda:
a) Quais eram as funções das Intendências das Minas? Como
funcionava o sistema chamado de capitação?
b) Por que razões os portugueses criaram as Casas de
Fundição? Quais eram as funções dessas casas?
12) Faça uma
descrição da sociedade mineradora a comparando com a sociedade que se
desenvolveu na região nordeste em torno da produção de açúcar.
13) Em 1720
ocorreu na região de Minas Gerais a Revolta de Vila Rica. Quais foram os
motivos para essa revolta e que foi o principal líder?
14) A descoberta
do ouro, no final do século XVII, provocou profundas mudanças na colônia. Quais
foram as principais?
[1] Até o
final do século XVI estima-se que existiam no Brasil entre 70 e 100 mil
habitantes.
[2] Principais bandeirantes: Fernão Dias Pais, Manuel Borba
Gato, Bartolomeu Bueno da Veiga (Anhanguera),
Domingo Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Nicolau Barreto, Manuel
Preto, Jerônimo Leitão, Francisco Bueno.
[3] As revoltas
nativistas foram aquelas que foram motivadas pelo descontentamento dos colonos
brasileiros com a metrópole. Ocorreram entre o final do século XVII e início do
XVIII e a maior parte destas revoltas foram reprimidas com violência pelo
governo português. A Insurreição Pernambucana é considerada por alguns como sendo o
primeiro desses movimentos. Além dela, tiveram destaque a Guerra dos Emboabas,
ocorrida em Minas Gerais em 1708, a Guerra dos Mascates, em 1710 e a Revolta de
Felipe dos Santos, em Minas Gerais no ano de 1720.
[4] Ao longo da história colonial o governo de Portugal
criou várias companhias mercantis que tinham o objetivo de enfrentar a
concorrência de estrangeiros e tornar mais eficiente e lucrativo o comércio
entre colônia e metrópole. Em 1649 Portugal criou a Companhia Geral do Comércio do
Brasil com o objetivo de resistir a invasão de Pernambuco pelos holandeses. Em 1682 é fundada a Companhia do Comércio do
Maranhão, que vai ter o controle sobre todo o comércio na região atuando no
transporte e compra de açúcar e algodão
e ainda abastecendo de diversos produtos manufaturados e de escravos. Mais
tarde os portugueses fundaram, sobre a liderança do marquês de Pombal, as companhias gerais do
comércio do Grão-Pará e do Maranhão, em 1755 e de Pernambuco e Paraíba, em 1759.
Estou grato ao Sr. Pedro e à sua empresa de crédito por me terem concedido um empréstimo de 940.000,00 libras para expandir o meu negócio farmacêutico. O empréstimo tem um retorno anual de 2% e solicitei um período de reembolso de 5 anos. O Sr. Pedro é um credor de confiança que também oferece diversas opções de investimento e empréstimo, incluindo empréstimos pessoais e comerciais. Os interessados podem solicitar um empréstimo e receber uma carta de aprovação. Para mais informações, por favor contacte o Sr. Pedro pelo e-mail pedroloanss@gmail.com ou via Whatsapp pelo telefone +393510140339.
ResponderExcluir