Ainda hoje, sobre vários aspectos, podemos encontrar inúmeros valores
difundidos pela civilização da Grécia Antiga em nossa sociedade. Nas artes, na
filosofia, nas ciências e na política identificamos vários pontos que tiveram
sua origem entre os gregos, que, juntos com os romanos formam aquilo que
chamamos de antiguidade clássica. A história da Grécia Antiga se estende por
quase dois mil anos e pode ser dividida
em cinco períodos: Pré-Homérico,
Homérico, Arcaico, Clássico e Helenístico. É seguindo essa divisão que
vamos procurar compreender os principais aspectos dessa história.
A Geografia
O território ocupado pela Grécia Antiga pode ser
dividido em três grandes partes: a Grécia
continental (localizada ao norte e no interior do continente
europeu), a Grécia Peninsular
(localizada ao sul; Península do Peloponeso) e a Grécia
Insular (formada pelas diversas ilhas dos mares Egeu e Jônico,
sendo que a maior delas é a de Creta). De modo geral, o território grego é
marcado por duas características fundamentais: as montanhas e o mar.
Apesar de 80% do território grego ser dominado por montanhas, as férteis
planícies que se encontram entre elas permitiram o desenvolvimento de
importantes cidades, sendo que a maior parte delas estavam localizadas próximas
ao mar. Com o litoral bastante recortado e com bons portos e ilhas próximas uma
das outras, os gregos puderam naturalmente se dedicar ao comércio e a
navegação. Na antiguidade o relevo montanhoso dificultava muito a comunicação
por terra entre as diferentes regiões. Desse modo, apesar das rotas marítimas e
das trocas comerciais, a extensa rede de montanhas influenciou profundamente a
organização política e econômica dos gregos, que nunca mantiveram um Estado
unificado. A Grécia Antiga que vamos estudar nada mais é, portanto, do que um
conjunto de cidades-estados independentes uma das outras e que muitas vezes
rivalizavam.
Período Pré-Homérico
Os primeiros povoadores e as origens da civilização grega
A civilização cretense foi a primeira a
se fixar na região insular do mundo grego. Fixados na Ilha de Creta, essa
civilização construiu várias cidades ao longo da ilha e de outras partes da
Grécia Continental. Nesse período quatro diferentes povos de origem
indo-europeia teriam dado origem a civilização grega ao invadirem inicialmente
a ilha de Creta: aqueus, jônios, eólios e dórios. Por volta do ano 2000 a.C, os aqueus,
nômades vindos da Europa oriental, ocuparam a região do Peloponeso e fundaram
diversas cidades, sendo que Micenas foi a que mais se destacou estabelecendo
inclusive importante intercambio cultural e comercial com os cretenses. Após assimilarem grande parte dos
conhecimentos dos cretenses os aqueus acabaram dominando a ilha de Creta e,
mais tarde, a cidade de Tróia marcando o início de um período de domínio no
comércio marítimo no Mar Mediterrâneo.
Depois dos aqueus, foi a vez dos jônios e dos eólios integrarem-se às
populações que habitavam a península do Peloponeso. Por fim, por volta de 1200
a.C, quando os aqueus tinham grande poder em toda a região, os dórios,
vindos do sudoeste da Macedônia, migraram para a região e aniquilaram a
civilização creto-micênica.[1] A partir
desse momento os grandes centros urbanos e a intensa atividade comercial entram
em fase de declínio e as comunidades se tornam basicamente agrícolas. A invasão
dos dórios marca o início do Período Homérico.
Período Homérico
A maior parte das informações desse período são encontradas em duas
importantes obras do poeta Homero: a Ilíada e a Odisseia[2].
As populações que sobreviveram às invasões dóricas refugiaram-se no interior da
Península Balcânica e passaram a se organizar em grupos familiares chamados genos.
Cada geno era formado por um conjunto
de indivíduos que se identificavam com um antepassado em comum e era chefiado
por um patriarca, responsável pela produção econômica, pelas
atividades religiosas, militares e judiciárias. A
estrutura garantia que nenhum geno se
desenvolvesse mais que outro e as famílias que tinham dificuldade na produção
eram livres para utilizar escravos ou o trabalho de artesãos. Nesse período, os
bens de produção (terras,
sementes, instrumentos) e o trabalho eram coletivos. Socialmente,
predominava a igualdade, pois não haviam diferenças econômicas.
No final do período Homérico, o crescimento da população e a escassez
de terras férteis provocou grande crise nessas comunidades que passaram por
profundas transformações. A produção agrícola não acompanhava o ritmo do
crescimento populacional e novos grupos sociais foram surgindo. Uma poderosa aristocracia[3]
rural passou a dominar as terras mais férteis, e o restante da
população, desprovida de terra, passou a se dedicar ao comércio e ao
artesanato. Enquanto que a vida em comunidade se desintegrava iam surgindo
conflitos entre os genos, que para se fortalecer procuravam se aliar a outros.
Período Arcaico
A formação das pólis
Ao final do Período Homérico, a reunião dos genos em unidades políticas maiores deu início ao processo de
urbanização na Grécia e foram surgindo às primeiras cidades-estados, chamadas
pelos gregos de pólis. As cidades gregas eram independentes uma das outras, ou
seja, cada uma possuía suas próprias leis, seu próprio governo, sua força
militar, sua organização social e econômica, seu calendário e suas moedas. Os
antigos gregos jamais estiveram reunidos sob um único governo e os sistemas políticos
variaram de acordo com a pólis ou
conforme a situação.
Inicialmente, a maior parte das pólis adotaram a monarquia como
regime político, ou seja, eram governadas por reis que além de serem chefes
políticos, tinham funções religiosas. Em algumas cidades chegou a existir
simultaneamente dois reis, como Esparta, por exemplo. Outro sistema conhecido pelos gregos foi a oligarquia,
em que o poder ficava dividido entre pessoas que pertenciam às famílias mais
importantes de uma cidade. Em algumas cidades, os governos oligárquicos foram
derrubados pela força e nesse caso o
poder era substituído por uma tirania.
O estágio político mais avançado conhecido pelos gregos certamente foi a
democracia, desenvolvida especialmente em Atenas.
Alguns estudiosos definem a pólis como sendo uma comunidade de cidadãos
que se autogovernam, porém, muitas pólis contavam com assembleias, magistrados
e conselhos que preparavam as questões mais importantes á serem debatidas. O poder
político e o direito de participar das assembleias era exercido exclusivamente pelos
aristocratas, isto é, donos de grandes extensões de terras e que também eram
responsáveis pela justiça e segurança da pólis.
Com o tempo o direito a cidadania foi ampliado a outros grupos sociais. A
participação da mulher na política, por exemplo, dependeu muito do período e
variou de acordo com a pólis.
Teriam existido cerca de 160 cidades-estados na Grécia Antiga. As principais foram Atenas, Esparta, Tebas, Mégara, Corinto, Argos e Mileto. Normalmente, a pólis encontrava-se protegida por muralhas. Na parte mais alta ficava a acrópole, espécie de fortaleza e onde estava o centro religioso. Além disso, havia a ágora, praça central onde se realizavam as assembleias do povo, e a asti, lugar onde se realizava o comércio. Muitas vezes, por suas profundas diferenças e especialmente pela concorrência comercial, essas cidades rivalizavam entre si, porém, mesmo assim, poderiam estar unidas por alguns elementos culturais em comum. Apesar dos dialetos regionais, os gregos falavam a mesma língua, cultivavam as mesmas crenças religiosas [4] e cultivavam o sentimento de serem superiores e diferentes dos bárbaros.[5] Uma forte marca da unidade cultural dos gregos são os jogos olímpicos, dos quais varias cidades participavam.
PESQUISA: A história dos jogos olímpicos e a origem da Maratona
As diferenças entre Atenas e Esparta
Apesar de podermos avaliar algumas características da civilização grega
de forma geral, dentro do mundo grego existiam povos com diferentes costumes e
tradições. A comparação entre as importantes cidades-estados de Atenas e
Esparta mostra bem o contraste que poderia existir entre pólis gregas.
Atenas
Fundada pelos jônios, Atenas era uma pólis de navegadores,
agricultores, filósofos, poetas e artistas localizada na parte central da
península Ática, a poucos quilômetros do Mar Egeu. Devido aos solos pouco
férteis, os atenienses desenvolveram o artesanato
e, aproveitando-se das boas condições do litoral fortaleceram sua economia
através da pesca, da navegação e especialmente do comércio marítimo.
Politicamente os atenienses adotaram vários sistemas para governar e
organizar a sua pólis. Inicialmente, foi adotado um regime monárquico e Atenas
era comandada por um rei que tinha ao mesmo tempo funções de juiz, sacerdote e
militar. Depois disso o poder passou a ser ocupado por poucos representantes da
aristocracia ateniense, os chamados “eupátridas” (bem-nascidos) de famílias
nobres e grandes proprietários de terra. Esse pequeno grupo passou a ocupar os
cargos públicos a tomar as decisões mais importantes.
Com o tempo a situação gerou grande descontentamento, e pequenos
proprietários e outros setores sociais passaram a depender cada vez mais
economicamente dos eupátridas. Aqueles que não conseguissem pagar suas dívidas perdiam
seus bens e podiam até mesmo serem escravizados. Depois da monarquia e da aristocracia, criou-se em
Atenas a democracia.
O
político Clístenes
promoveu uma série de reformas populares que asseguravam uma maior participação
do povo no governo da cidade, fazendo nascer assim o sistema democrático. Os
principais órgãos da democracia ateniense eram a Assembleia do povo (Eclésia) e o Conselho dos Quinhentos. Clístenes criou também o ostracismo,
sistema que consistia em expulsar da cidade por dez anos qualquer pessoa que
pudesse representar risco para a democracia. Entendemos hoje democracia como sendo governo
do povo, ou como governo da maioria. Porém, devemos destacar que a democracia
de Atenas não era para todos, já que escravos, mulheres e estrangeiros não eram
considerados cidadãos e, portanto, não tinham o direito de participar da
política. Assim, cerca de 80% da população de Atenas ficava excluída da vida
democrática. Em seu auge Atenas foi governada por Péricles, chefe político
durante quinze anos.
A sociedade
em Atenas era dividida em três grupos. Os eupátridas,
que eram os grandes e pequenos proprietários de terra, comerciantes e artesãos;
os metecos, estrangeiros sem direito a
propriedade, que pagavam impostos para viverem em Atenas e eram obrigados a
prestar serviço militar; e os escravos, prisioneiros de guerra ou condenados
por dívidas. Em comparação ao que
acontecia em outras cidades gregas, as mulheres de Atenas tinham pouca
liberdade e praticamente nenhuma participação social, sendo educada basicamente
para servir ao mundo doméstico. Casavam-se muito cedo, entre 15 e 18 anos,
conforme escolha feita pelos pais. Eram submissas ao marido e pouquíssimas
vezes saiam de casa.
Os atenienses se dedicavam as atividades culturais como, por exemplo, o
teatro e a poesia, e ainda as atividades ligadas a política. A educação em
Atenas buscava
conciliar a saúde física e o debate filosófico. Com 7 anos os meninos
eram entregues aos cuidados de um pedagogo, enquanto que as meninas ficavam sob
a proteção da mãe até se casarem.
Esparta
Fundada pelos dórios, Esparta localizava-se na
península do Peloponeso, região de terras próprias para o cultivo de uva e
oliveira. Cercada por montanhas, a pólis não tinha saída para o mar e assim os
espartanos poucos desenvolveram o comércio.
Em Esparta, a área urbana não
tinha tanta importância quanto a área rural e a agricultura era a base da
economia.
Politicamente os espartanos adotaram um sistema de governo que ficou
definido como oligarquia, palavra de origem grega e que significa “governo de
poucos”, ou governo exercido por uma minoria. Em Esparta haviam dois reis (diarquia),
cada um representando uma família importante da cidade e que tinham poderes
sobre assuntos religiosos e militares. Apesar desses reis, as decisões eram
tomadas por três importantes órgãos. Ápela,
assembleia da qual participavam espartanos de 30 anos ou mais que discutiam
e votavam as propostas para a pólis; Gerúsia, conselho de anciãos que
propunham leis, julgavam crimes e tomavam as decisões mais importantes. Por fim, no Eforato, órgão formado
pelos éforos, eleitos por um ano e
que tinham o compromisso de colocar em prática as decisões da Gerúsia.
A sociedade
em Esparta, assim como em Atenas, também estava dividia em três grupos sociais.
Os esparciatas, como eram chamados os
cidadãos, eram os grandes proprietários e os únicos que podiam ocupar cargos
políticos e militares; os periecos,
pequenos proprietários de terra e que se dedicavam ao artesanato. Eram livres,
porém, sem direitos políticos e sem participação nos órgãos do governo; e os hilotas, escravos explorados pelos esparciatas. Considerados propriedade do
governo, representavam a maioria da população e, apesar da repressão que
sofriam, sabe-se que se revoltaram com frequência.
Em Esparta as mulheres ocupavam posição de destaque. Eram encarregadas pelas finanças domésticas e
se envolviam nos assuntos políticos por poderem participar das reuniões
públicas. Muito do papel que as mulheres espartanas ocupavam na sociedade está
ligado ao caráter militarista que Esparta tinha. Os espartanos acreditavam que a mulher deveria estar fisicamente
preparada para que pudesse dar origem a indivíduos capazes para compor o
exército da pólis. Por isso, era comum as mulheres se dedicarem à disputa de
jogos e outros tipos de atividade esportiva. As grandes guerras e conquistas
espartanas estão ligadas a própria formação da cidade. Procurando preservar as
terras férteis e garantir a exploração do trabalho dos povos dominados, os
espartanos se caracterizaram por valorizar muito mais as atividades militares
do que as ligadas a formação de conhecimentos políticos, científicos e
filosóficos. A educação, que era
conduzida quase que totalmente pelo governo, buscava antes de tudo fazer de
cada indivíduo um soldado destemido, disciplinado, leal e sempre preparado para
defender os interesses de Esparta. Quando os meninos completavam sete
anos de idade passavam a receber uma educação voltada totalmente para a arte
militar e os exercícios físicos tomavam a maior parte do tempo. Entre os 16 e 20 anos já estavam
preparados para o ingresso no serviço militar participando de operações
simuladas nas montanhas ao redor da pólis. Desse modo, o caráter militarista
tornou-se a principal marca cultural de Esparta.
Economia
Agricultura,
artesanato e comércio marítimo.
A economia na Grécia Antiga era dinâmica e embora
pudesse variar de uma pólis para outra, é possível apontarmos algumas
características gerais. A agricultura, o artesanato e o comércio marítimo foram
as principais atividades desenvolvidas pelos gregos.
Agricultura
e pecuária - A
agricultura era praticada nos vales férteis localizados entre as montanhas e
foi a base da economia na Grécia Antiga e uvas, azeitonas e cereais foram os
produtos mais cultivados. Ervas e vegetais também eram cultivados. Porém, com o
aumento populacional notado especialmente a partir do século V a.C, os gregos
passaram a importar gêneros agrícolas e iniciaram o processo de conquista de
novos territórios, como veremos. Na
produção agrícola era comum o emprego de mão de obra livre e também escrava
(devedores ou prisioneiros). Devido à
falta de áreas próprias para as pastagens, a atividade da pecuária não teve
grande destaque entre os gregos. As criações de cabras e ovelhas tiveram maior
desenvolvimento.
Artesanato - O artesanato foi uma importante atividade econômica.
Os artesãos eram trabalhadores livres e se destacavam na fabricação de móveis,
joias, roupas, sapatos, objetos de cerâmica, ferramentas e armas. Objetos de
cerâmica foram muito produzidos pelos artesãos gregos, sendo as ânforas
decoradas um dos principais elementos do artesanato. Estas ânforas eram usadas
no transporte, principalmente, de azeite, perfumes e vinho.
Comércio
Marítimo - O
litoral recortado e a grande presença de ilhas favoreceram o desenvolvimento do
comércio marítimo. Os gregos mantiveram
contatos comerciais com o Egito, estabeleceram colônias na Ásia, na Península
Ibérica e em ilhas próximas e ainda em cidades ao longo do litoral do Mar
Negro. Os principais produtos importados pelos gregos foram: linho, trigo,
resina, papiro (principalmente do Egito), especiarias e madeira. Exportavam
muito vinho, azeite e produtos de cerâmica. Os contatos e relações comerciais
dos gregos com outras civilizações tiveram grande importância, já que além de
suprirem as necessidades das cidades-estados gregas, serviram para reduzir os
conflitos gerados pelo aumento populacional e para expandir a cultura grega.
Várias cidades-estados gregas usaram moedas de metal (prata, bronze e
liga de ouro e prata), o que colaborou para dinamizar o comércio.
Sociedade
A
sociedade grega foi marcada por grande desigualdade social. Embora houvesse as
particularidades, no geral quase todas as pólis seguiam certo padrão em relação
a divisão da sociedade que, a partir da formação das pólis, passou a ser cada
vez maior. De um lado um grupo reduzido querendo manter seus privilégios e a
posse das riquezas, de outro o grupo dos que eram explorados e não tinham
posses ou direitos. De maneira geral
podemos dizer que a sociedade na Grécia Antiga era dividida em três grupos ou
entre cidadãos e não cidadãos.
Os cidadãos: os homens livres e nascidos nas cidades-estados que eram
proprietários de terras, formavam a aristocracia rural e possuíam uma boa condição
econômica e social. Eram os únicos que possuíam direitos políticos. Vale
lembrar que as mulheres e crianças de Atenas, por exemplo. não eram considerados cidadãos e, portanto,
não podiam participar da vida pública. Os cidadãos eram a minoria da sociedade.
Os estrangeiros: originários de outras cidades-estados, colônias ou
regiões. Trabalhavam com artesanato e
comércio. Não podiam participar da vida pública de Atenas, pois não possuíam
direitos políticos. Além disso, não podiam ser proprietários rurais.
Os escravos: era a grande maioria da sociedade. Eram,
principalmente, prisioneiros de guerras, capturados e comercializados.
Executavam quase todo tipo de trabalho, desde atividades domésticas até
trabalho pesado na extração de minérios. A base da mão de obra na agricultura
também era escrava. Tinham uma vida marcada por sofrimento e em função destas
condições foram comuns as revoltas sociais envolvendo os escravos gregos.
A expansão colonizadora dos gregos
Ainda durante o período Arcaico muitos gregos deixaram as pólis onde
viviam para fundarem colônias nas regiões banhadas pelos mares Mediterrâneo,
Egeu e Negro. A expansão territorial e
colonização grega pode ser explicada de diversas maneiras. Após o século VIII
a. C, devido ao progresso nas técnicas agrícolas que possibilitou o aumento da
produção de alimentos, os gregos tiveram que enfrentar as consequências de um
grande crescimento populacional. O aumento populacional era mais rápido do que
o aumento da produtividade agrícola e as
terras para a prática da agricultura foram ficando escassas. Para agravar a situação, a forma como
uma minoria exercia domínio sobre a maior parte das terras e abusava de seus
privilégios gerou uma série de conflitos internos. Para solucionar
esses problemas os gregos foram obrigados a partirem em busca de novos
territórios.
Nem todos os problemas sociais, entretanto, foram resolvidos. Muitos
agricultores empobrecidos passaram a exigir a redistribuição das terras e o fim
da escravidão por dívidas. Nesse momento, surgem os legisladores[6],
encarregados de elaborar leis ou então promover mudanças nas leis que já
existiam. Alguns importantes legisladores foram Drácon,[7] Sólon,[8] e Clístenses,
este último criador da democracia em Atenas.
A expansão territorial dos gregos, conhecida como diáspora e alcançada
muitas vezes através da força militar, trouxe muitas consequências. Além da fundação
de importantes cidades, a colonização grega estimulou o desenvolvimento
da navegação e promoveu um considerável aumento das trocas comerciais.
Por fim, ao mesmo tempo em que o
contato entre gregos e outros povos favoreceu um interessante intercâmbio
cultural e a difusão da cultura grega, provocou também conflitos militares que
caracterizam o período Clássico da história grega.
Cultura e religião
Os gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de
vários deuses. Os deuses gregos eram imortais, porém podiam apresentavam várias
características comportamentais e físicas dos seres humanos. Faziam coisas boas
e ruins, certas e erradas, ajudavam ou atrapalhavam a vida das pessoas. Numa
relação dos principais deuses podemos citar: ZEUS
- Rei dos deuses e governante do
Monte Olimpo; HERA - Rainha dos
deuses. Deusa do casamento e da maternidade; POISEIDON
– deus dos mares; DEMÉTER - Deusa
da fertilidade, agricultura, natureza; HADES
- Deus dos mortos; AFRODITE -
Deusa do amor, da beleza e da sexualidade; APOLO
- Deus do Sol, da cura, das artes, da música, poesia; ARES - Deus da guerra; ATENA – deusa da sabedoria e da guerra; DIONISO - Deus do vinho e das festas.
De acordo com a crença grega, estes deuses habitavam o monte Olimpo e
possuíam poderes particulares. A vida destes deuses eram contadas através de
mitos. Logo, a religião grega era baseada numa rica mitologia com presença de
deuses, heróis (semideuses filhos de deuses com mortais) e outras figuras. Os
gregos também costumavam consultar os oráculos para tentar descobrir o futuro e
a vontade dos deuses. Durante o período clássico a civilização grega conheceu
seu esplendor cultural, com destaque para escritores, escultores, artistas e
pensadores. Os jogos olímpicos também foram uma importante manifestação
cultural dos gregos na antiguidade.
TEATRO
Um dos aspectos mais significativos da cultura grega foi o teatro, que
teve sua origem a partir da evolução das artes e cerimônias gregas como, por
exemplo. A festa em homenagem ao Deus Dionísio (deus do vinho e das festas).
Foi na Grécia Antiga que se desenvolveram a tragédia e a comédia como
principais estilos teatrais. Destacaram-se dramaturgos como Ésquilo, Sófocles e
Aristófanes. No geral os temas mais representados nas peças teatrais gregas
eram: tragédias relacionadas a fatos cotidianos, problemas emocionais e
psicológicos, lendas e mitos, homenagem aos deuses, fatos históricos e críticas
humorísticas aos governantes. Os atores, além das máscaras, utilizavam muito os
recursos da mímica. Muitas vezes as peças eram acompanhadas por músicas
reproduzidas por um coral.
No período clássico do teatro grego foram construídos diversos teatros
ao ar livre. Eram aproveitadas montanhas e colinas de pedra para servirem de
suporte para as arquibancadas. A acústica (propagação do som) era perfeita, de
tal forma que a pessoa sentada na última fileira (parte superior) podia ouvir
tão bem quanto quem estivesse sentado na primeira fileira.
ARQUITETURA,
PINTURA E ESCULTURA
Na arquitetura grega
destacaram-se os artistas que projetaram as principais construções da acrópole
de Atenas, como o Pártenon (templo dedicado a deusa Atena). Entre os
principais arquitetos podemos citar Ictno,
Calícares e Fídias, sendo que esses dois últimos também tiveram destaque como
escultores. Entre as obras mais admiradas em Atenas estão os templos onde se concentravam
esculturas representando inúmeras divindades. A principal finalidade dos
templos, que eram considerados moradas dos deuses, não era reunir internamente
as pessoas para cultos religiosos. Como as cerimônias se realizavam ao ar
livre, as grandes obras eram feitas para serem apreciadas do lado de fora.
A pintura grega também teve
grande importância nas artes da Grécia Antiga. Os pintores gregos representavam
cenas cotidianas, batalhas, religião e outros aspectos da cultura grega. Os
vasos, geralmente de cor preta, eram muito utilizados neste tipo de representação
artística.
As esculturas gregas
transmitem uma forte noção de realismo, pois os escultores gregos buscavam
aproximar suas obras ao máximo do real, utilizando recursos e detalhes. Músculos,
veias, expressões e sentimentos são observados na maior parte das obras. A
temática mais usada foi a religiosa. Cenas do cotidiano, mitos e atividades
esportivas também eram abordadas pelos escultores e entre os que mais se
destacaram foram Praxíteles
e Míron.
Grande parte das esculturas gregas traduziam conceitos e sentimentos como
justiça, amor, guerra, paz e sabedoria. Mas também podiam manifestar a fúria e
a vingança.
Foi na Grécia Antiga que a filosofia
nasceu e ganhou suas primeiras dimensões. Apesar de conviverem em
cidades-estados diferentes e adversárias entre si, os gregos conseguiram dar
origem a uma comunidade única em relação à língua, religião e cultura que
impulsionou o grande salto da ciência na Idade Antiga. A Filosofia se esforça
por conhecer de forma clara e racional a natureza, o ser humano e o universo
que nos rodeia e as transformações que acontecem. A filosofia
grega pode ser dividida em três fases: período pré-socrático, socrático e
helenístico. Nestes períodos ocorreram vários atos por parte de alguns
filósofos que mereceram grande destaque, tais como: a criação da filosofia
humanista por Sócrates, a fundação da Academia
de Atenas por
Platão e a doutrinação da lógica e de muitos
outros conhecimentos como a metafísica, a moral e a política por Aristóteles.
Período Clássico
As maiores realizações culturais da
civilização grega ocorreram durante o período clássico,[9]
justamente quando a democracia ateniense atingiu o seu auge e a filosofia e as
ciências tiveram grande desenvolvimento. Porém, apesar de a civilização grega
ter conhecido todo seu esplendor cultural e econômico, os conflitos militares,
externos e internos, também marcaram profundamente a história dos gregos
durante esse período.
As Guerras Médicas
Ao mesmo tempo em que gregos passaram a sentir a necessidade de
conquistar novas áreas durante o período Arcaico, os persas, liderados por
Dario (521 – 485 a.C), já haviam conquistado algumas cidades da Ásia Menor e
ameaçavam dominar várias cidades na Grécia Continental. Assim, além do ataque
dos persas, a disputa entre esses e os gregos pelas melhores rotas comerciais e
a necessidade que ambos tinham de expandir seu domínio sobre os povos vizinhos estiveram
entre as principais causas para as guerras que ficaram conhecidas como Guerras
Médicas ou Greco-Persas. [10]
As Guerras Médicas se estenderam por cerca de 20 anos. Em 500 a.C
algumas cidades gregas da região do Mar Jônio, especialmente Mileto, se
revoltaram contra os impostos e o domínio dos persas. Em 490 a.C o rei dos persas, Dario I, enviou
um numeroso exército para a Grécia Continental dando início a chamada primeira
Guerra Médica. O ateniense Milcíades assumiu as tropas gregas que derrotaram os
persas na Batalha de Maratona[11] impedindo o avanço dos inimigos.
Somente dez
anos depois os persas tiveram condições de enfrentar os gregos novamente quando
em 480 a.C o rei Xerxes ordenou uma nova invasão à Grécia. O exército de Xerxes
era formado por uma verdadeira “legião estrangeira” com soldados das diversas
regiões que haviam sido conquistadas pelos persas: egípcios, assírios,
mesopotâmios e outros. O exército persa era numeroso porém pouco motivado, já
que boa parte dos soldados que eram obrigados a lutar e guardavam
ressentimentos em relação aos persas. É na segunda Guerra Médica que ocorre a
famosa Batalha das Termópilas. Enquanto as cidades gregas organizavam uma liga para
enfrentar os invasores, Esparta enviou trezentos homens liderados por Leônidas
que, com o auxilio de soldados de outras pólis, bloquearam o inimigo na
estreita passagem do desfiladeiro das Termópilas. Motivados a resistir a
invasão de suas cidades, espartanos e seus aliados resistiram bravamente apesar
de estarem em absoluta inferioridade numérica.[12]
Os gregos acabaram sendo
derrotados nessa batalha, porém causaram grandes prejuízos às forças militares de Xerxes e
ainda ganharam um tempo precioso para
preparar a sua defesa e para que mulheres, idosos e crianças pudessem abandonar
as cidades antes da invasão. Apesar de Atenas ter sido incendiada e totalmente
destruída pelos persas, os gregos conseguiram derrotar os invasores Batalha naval de Salamina.
Alguns meses
depois, já em 479 a.C, os gregos impediram outra tentativa de invasão do
inimigo na Batalha da Platéia
derrotando definitivamente o Império de Xerxes. Nessa batalha as tropas gregas
eram comandas pelo espartano Pausânias. Os persas foram expulsos da Grécia e
Xerxes desistiu de sua expansão pelo ocidente.
A Liga de Delos
Nos conflitos
contra os persas as diversas cidades-estados da Grécia, apesar da rivalidade
existente entre elas, perceberam que somente a união poderia permitir uma
vitória contra o poderoso exército persa. Procurando se precaver contra a
possibilidade de sofrerem novos ataques, diversas pólis organizaram uma aliança
que ficou conhecida como Liga de Delos ou Confederação de Delos. Atenas assumiu a liderança da liga que tinha
como principal objetivo garantir a defesa das cidades-estados gregas. Cada uma
das pólis que formavam a aliança tinham o compromisso de fornecer soldados,
navios e dinheiro. O tesouro da liga, que a princípio ficava na Ilha de Delos,
foi transferido para Atenas gerando os primeiros descontentamentos entre os
aliados.
Já organizados e fortalecidos, os gregos, comandados pelo
ateniense Címon, atacaram os persas
com o objetivo de recuperar colônias na região da Ásia Menor. No ano de 448
a.C., os persas assinaram o Tratado de Susa em que se comprometiam a não mais tentar invadir a Grécia.
Após a guerra a liga foi mantida, porém, foi deixando de ser um
instrumento para garantir a defesa do conjunto de cidades-gregas para se tornar
um instrumento utilizado em beneficio de Atenas. Alegando ser preciso reconstruir a cidade,
arrasada nas batalhas contra os persas, o governante Péricles passou a utilizar
os recursos da liga para contratar os melhores arquitetos, escultores e outros
operários. Além disso, a marinha de guerra dos atenienses foi reforçada. Atenas assumiu o controle comercial, militar e
econômico sobre várias pólis impondo inclusive seus valores, como, por exemplo,
o uso de suas moedas e até mesmo o respeito as suas leis. A hegemonia que Atenas passou a ter no mundo
grego provocou logicamente o descontentamento de suas rivais, especialmente de Esparta,
provocando o início de outra guerra, dessa vez não de gregos contra
estrangeiros, mas sim de gregos contra gregos.
A Guerra do Peloponeso (431 a.C – 404 a.C)
Muitas das pólis que integravam a Liga de Delos estavam inconformadas
com Atenas, que usava os recursos da aliança em beneficio próprio e de várias
maneiras impunha seu poderio sobre diversas cidades-estados cobrando elevados
tributos. Por iniciativa de Esparta, foi fundada a Liga do Peloponeso, uma aliança que contou com cidades importantes
como Corinto, Mégara e Tebas e que tinha como principal objetivo combater o
domínio ateniense. A guerra do Peloponeso se estendeu por 27 anos e quando
começou as cidades gregas estavam divididas em dois blocos, o liderado por
Atenas e o liderado por Esparta. Desse modo, podemos dizer que essa guerra, que
arruinou a civilização grega, foi resultado final da rivalidade e das
diferenças entre essas duas pólis.
Ao final do desgastante conflito, Atenas foi derrotada por
Esparta que passou então a exercer o domínio sobre as demais cidades gregas. A
derrota de Atenas representou o fim de um projeto imperialista ateniense que
poderia levar à unificação do mundo grego. Com a hegemonia de Esparta, que
persistiu de 404 a.C a 371 a.C, a
fragmentação política na Grécia foi preservada e as cidades-estados
mantiveram-se autônomas. Após os 30 anos de domínio de Esparta novas revoltas
surgiram entre as cidades gregas, agora contra a autoridade de Esparta. A
cidade de Tebas, contando com um poderoso exército, liderava essas revoltas e
após vencer as tropas espartanas foi a sua vez de assumir a hegemonia entre as
cidades gregas no período de 371 a.C - 362 a.C. A principal consequência de
tantos anos de conflitos obviamente foi o enfraquecimento
da civilização grega. Esgotadas e empobrecidas, as cidades gregas estavam
impossibilitadas de enfrentar novas ameaças.
Os macedônios e o
Império de Alexandre
A Macedônia era uma região situada ao norte da Grécia. As cidades gregas, em sua maioria, não
consideravam os macedônios como
pertencentes ao “mundo grego” pelo fato de estarem em contato direto com os
povos bárbaros. Aproveitando-se do enfraquecimento e da desunião dos gregos,
Filipe, rei dos macedônios, preparou um forte exército para conquistar o
território grego. Em 338 a.C as forças
macedônicas derrotaram os gregos na Batalha de
Queronéia.
No entanto, o rei dos macedônios não pretendia humilhar os vencidos. Ao
contrário, proclamou a paz universal e fundou a Liga de Corinto,
tornando-se chefe militar e político da Grécia Antiga. Seu principal objetivo
era reunir as cidades gregas para invadir a Pérsia. Os únicos que rejeitaram o
plano do rei foram os espartanos.
Em 336 a. C Filipe foi assassinado e seu filho, Alexandre,
assumiu o trono com apenas 20 anos. Alexandre, que havia sido educado pelo
filósofo Aristóteles, sufocou revoltas na Península do Peloponeso e venceu a
resistência de algumas pólis gregas. Feito isso, conduziu um poderoso exército
de 40 mil homens para uma guerra contra Dario III, rei da Pérsia, iniciando uma
espetacular expansão militar. Em dez anos, Alexandre, conhecido como ‘o grande”
conquistou a Ásia, dominada pelos Persas, o Egito, onde fundou a cidade de
Alexandria, a Mesopotâmia e regiões da Índia. O Império Macedônico tornou-se um
dos maiores da antiguidade.
Depois da morte de Alexandre, em 323 a.C, o império foi dividido entre seus principais generais que
assumiram o governo das diversas províncias. Em pouco tempo esses generais
entraram em conflito disputando o poder o que provocou, por sua vez, o
surgimento de vários reinos independentes que ficaram conhecidos como reinos
helenísticos. O Reino da Macedônia, o Reino da Síria e o Reino do Egito,
foram os principais. O maior resultado da expansão militar dos macedônios foi a
expansão da cultura grega. Ao mesmo
tempo em que a cultura grega era difundida no Oriente, os gregos assimilavam
conhecimentos das sociedades orientais.
Assim, da fusão da cultura grega com a de outros povos que eram
dominados, especialmente egípcios, mesopotâmicos e persas, surgiu aquilo que
ficou conhecido como cultura helenística.
O termo helenismo não indica somente a difusão da cultura grega ou a fusão dessa cultura com a cultura de
outros povos. Helenismo significa também o período da história da Grécia
Antiga que vai da formação do Império de Alexandre até a conquista do Egito
pelos romanos, no ano 30 a.C.
QUESTÕES:
1) Os historiadores costumam dividir a história da civilização
grega em períodos. Que períodos são esses?
2) Descreva as condições geográficas da região onde se desenvolveu
a civilização grega e explique de que maneira essas condições interferiram na
história da Grécia.
3) Homero foi um dos principais escritores gregos e suas obras são
de grande importância. Quais são as duas principais obras desse escritor?
4) A história da Grécia Antiga é marcada pela existência de
diversas cidades-estados, chamadas pelos gregos de pólis. Responda:
a) Por que podemos dizer
que essas cidades eram independentes uma das outras?
b) Por que razões
motivos essas cidades rivalizavam entre si?
c) Apesar da rivalidade,
haviam elementos capazes de identificar e unir as pólis gregas. Que elementos
eram esses?
5) Atenas e Esparta foram as pólis gregas mais importantes.
Compare as diferenças que existiam entre elas destacando:
a) A formação, localização e principal atividade econômica
desenvolvida.
b) A organização do poder político.
c) A divisão da sociedade e o papel desempenhado pelas mulheres.
6) Escreva sobre as principais atividades econômicas desenvolvidas
na Grécia Antiga.
7) No período Arcaico os
gregos passaram a lutar pela expansão do território. Por que motivos os gregos
necessitavam colonizar novos territórios? Como se chamou e quais foram as
consequências dessa expansão?
8) Por que motivos gregos
e persas entraram em conflito? Como ficaram conhecidas as guerras entre esses
dois povos? Porque as cidades gregas, sempre rivais, lutaram unidas nessas
guerras?
9) O que foi e qual era o
objetivo da Liga de Delos? Por que motivo foi criada e quem liderou a Liga do Peloponeso?
10) Por que razão ocorreu
a Guerra do Peloponeso? Qual foi a principal consequência dessa guerra?
11) Por que motivos Alexandre tornou-se o principal rei
dos macedônios? O que aconteceu após a sua morte?
12) Qual foi a principal consequência da expansão do Império da
Macedônia?
13) Com suas palavras,
explique o que foi a cultura helenística.
VÍDEOS:
Construindo um Império: Grécia
Grandes civilizações da antiguidade partes 1 e 2
Construindo um Império: Grécia
Construindo um Império: Grécia - a Era de Alexandre
Pesquisa:
1) A filosofia -
Entre outras coisas, os gregos se destacaram pela filosofia, desenvolvida
principalmente na cidade de Atenas. Muitos foram os filósofos que se
destacaram, entretanto, Platão,
Aristóteles e Sócrates são os mais conhecidos. Escolha um, entre os três
filósofos citados, e faça uma pesquisa biográfica apresentando, em um pequeno
painel, as principais informações sobre a vida e ideias do filósofo.
2) A religiosidade dos gregos -
A religião na Grécia Antiga caracterizava-se pelo politeísmo antropomórfico, ou
seja, os gregos acreditavam em vários deuses, que se assemelhavam aos humanos
no aspecto físico e psicológico. O que distinguia os deuses dos homens era a
imortalidade. Faça uma pesquisa e relacione os principais deuses dos gregos
antigos.
3) Jogos
olímpicos - Os jogos olímpicos se
originaram na Grécia Antiga por volta de 776 a.C. Faça uma pesquisa e apresente
as principais características e curiosidades dos jogos olímpicos da
antiguidade. A seguir faça uma breve comparação entre os jogos da antiguidade e
os jogos olímpicos modernos.
4) A
arte grega – Os gregos alcançaram grande desenvolvimento nas artes. Além da
filosofia, a produção artística dos gregos abrangeu diferentes áreas. Faça uma
pesquisa e apresente as principais características do teatro, da arquitetura,
das esculturas e da música produzida na Grécia Antiga.
[1]
Da fusão cultural entre os cretenses e os aqueus,
fundadores da cidade de Micenas, teve origem a civilização creto-micênica. A
cultura creto-micênica teve grande importância para a formação da Grécia
Antiga.
[2] Homero foi um importante poeta grego e é conhecido como
um dos maiores escritores da antiguidade. Embora não se saiba muito sobre sua
vida, uma certeza é que suas duas principais obras, Ilíada e Odisséia,
são fontes fundamentais para o estudo da história da Grécia Antiga. Em Ilíada
Homero descreve os momentos finais da Guerra de Tróia entre gregos e troianos.
Após sequestrarem a princesa grega Helena, os troianos são atacados pelos
gregos. Os gregos conseguem vencer, após presentearem os troianos com um
gigante cavalo de madeira (Cavalo de Tróia). Dentro do cavalo havia
centenas de soldados gregos que, de madrugada, saíram da barriga do cavalo e
atacaram a cidade inimiga. A Odisséia narra as viagens e aventuras de Odisseu
(ou Ulisses), que ao terminar a Guerra de Tróia inicia a difícil e longa viagem
de retorno para a sua terra natal, Ítaca. Ulisses lutava bravamente contra
inúmeras dificuldades que lhe afastavam de casa e que lhe eram impostas pelo
deus Posêidon. Para muitos, Odisséia é um complemento de Ilíada. Os poemas de
Homero revelam informações importantes sobre comportamento, cultura, religião,
fatos históricos, mitologia e a sociedade da Grécia Antiga.
[3] Aristocracia em grego significa “governo dos
melhores”.
[4] Os gregos eram politeístas e recorriam a oráculos para
adivinhar o futuro. Cada cidade possuía um deus protetor. Os deuses gregos
tinham sentimentos humanos como a inveja, orgulho, ciúme e ódio, por exemplo.
[5] Para os gregos, bárbaros eram os estrangeiros que não
falavam a mesma língua e não conheciam
outros elementos da cultura, ou seja, eram aqueles não pertenciam ao mundo
grego. Os romanos também utilizaram esse conceito para tratar os povos que
viviam fora dos limites do Império.
[6] Os legisladores eram escolhidos entre os indivíduos
mais ricos da população. O auge das reformas políticas promovidas pelos
legisladores ocorreu por volta de 510 a. C, quando Clístenses instaurou a
democracia em Atenas.
[7] Embora não
tenha tratado dos problemas sociais, Drácon
foi o responsável pela elaboração do primeiro código de leis escritas de
Atenas. Até então as leis eram memorizadas e não escritas o que permitia que
fossem interpretadas de qualquer maneira especialmente pelas famílias mais
poderosas. Além disso, Drácon proibiu
que a justiça fosse feita pelas próprias mãos. A partir daí as pessoas foram
obrigadas a resolver seus problemas nos tribunais.
[8] Através de várias leis Sólon procurou resolver alguns
dos problemas sociais. A proibição da escravidão por dívida, por exemplo, foi
uma das principais. Além disso, ficou definido que a participação política da
pessoa dependeria de sua renda. Quanto maior fosse a renda, maior seria a
participação. Porém, a Reforma Agrária foi recusada por Sólon.
[9] Nesse período Atenas tornou-se a cidade mais
importante na Grécia. Para alguns, esse período pode ser chamado de Idade do
Ouro da Sociedade Grega ou de o Século de Péricles, tamanha a importância do
líder dos atenienses.
[10] Os gregos chamavam os persas de medos, daí provem a
forma como esse conflito ficou conhecido.
[11] De acordo com a lenda, após essa vitória contra os
persas, Milclíades ordenou a um soldado, chamado Fidípides, que levasse a
notícia até Atenas. Esse soldado teria percorrido cerca de 40 Km que separavam
Atenas e a planície da Maratona. Após dar a notícia ele teria caído morto às
portas da cidade. Atualmente, uma das provas mais nobre do atletismo, a
maratona, é uma homenagem a esse episódio.
[12] A
principal fonte a respeito da batalha das Termópilas é o relato do historiador
grego Heródoto. Entretanto, esse relato contém
exageros que foram reproduzidos em praticamente quase todas as recriações do
episódio (inclusive nos filmes e histórias em quadrinhos). Segundo Heródoto,
durante a batalha, o exército persa contava com milhões de soldados.
Estimativas mais realistas sugerem que o número de guerreiros persas na batalha
não passava de 250 mil. Os espartanos e seus aliados somavam mais ou menos sete
mil homens. Também não é verdade que no final os trezentos espartanos tiveram
que enfrentar sozinhos os persas: cerca de mil soldados também resistiram
bravamente contra os persas, permanecendo ao lado dos espartanos até o fim.
Exageros à parte, durante a batalha das Termópilas, os espartanos e seus
aliados estavam em número muito inferior aos persas, o que não impediu que
oferecessem corajosa resistência. Por isso, a história dos homens liderados por
Leônidas durante a batalha das Termópilas virou sinônimo de resistência heroica
contra um inimigo mais poderoso. Túlio Vilela
formado em história pela USP, é professor da rede pública do Estado de São
Paulo e um dos autores de "Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de
Aula" (Editora Contexto)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom o texto, prof!! Finalmente consegui achar o q o professor tava pedindo na aula.
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