As motivações para a reforma
A Reforma Protestante é, junto com as descobertas
marítimas e com o movimento renascentista,[2] um dos
acontecimentos que assinalaram o início da Idade Moderna. Desse modo, deve ser
compreendida como sendo parte de uma série de transformações que ocorriam na
Europa no final do século XV e início do século XVI. Apesar de as questões
religiosas serem as mais marcantes, o protesto contra a igreja foi motivado também
por questões de ordem econômica e política.
Motivações religiosas
O prestígio da Igreja vinha caindo desde o século XIV e no início do
XVI a entidade já mostrava graves sinais
de crise moral e religiosa. Ao mesmo tempo em que se formavam as monarquias
nacionais, os reis iam se fortalecendo tirando o poder dos senhores feudais e
limitando direitos da igreja, como por exemplo, cobrar taxas, manter tribunais
e nomear bispos. Para recuperar o prestígio junto aos fiéis, as autoridades
religiosas envolveram-se em guerras e lutas pelo poder. A construção da
Basílica de São Pedro, em Roma, foi uma das estratégias utilizadas pela igreja
para demonstrar todo o seu poder. Tantos investimentos em guerras e em obras
fizeram com que a instituição adotasse novas práticas de arrecadação e entrasse
em uma profunda crise religiosa e moral.
Durante a Idade Média as pessoas conviviam com o medo do inferno, do
juízo ou julgamento final, medo esse que estava ligado ao pecado e que foi ao
longo dos anos manipulado e aproveitado pela Igreja Católica. A salvação
eterna, segundo o clero, poderia ser alcançada através de orações e
penitências, mas também, poderia ser comprada. Assim, para se livrarem do
sentimento de culpa muitas pessoas doavam bens e dinheiro à igreja. A
insatisfação transformou-se em revolta quando a igreja, procurando arrecadar
fundos para concluir a Basílica de São Pedro, passou a praticar a venda de indulgências (perdão dos pecados mediante pagamento) e
a comercializar “relíquias sagradas”
(espinhos que teriam corado Cristo no
momento da crucificação, palhas da manjedoura de Jesus, pedaços da cruz etc.).
Vários membros da
igreja haviam comprado cargos e desse modo vários bispos, cardeais
e padres eram mal instruídos e despreparados para orientar os fiéis.
A corrupção e a ignorância de muitos
representantes do clero provocava profundo descontentamento entre os fiéis.
Para completar, ao mesmo tempo em que condenavam a riqueza material e afirmavam
que o lucro era sinal de pecado, padres e bispos viviam com exagerado luxo enquanto boa parte do povo vivia na miséria.
O comportamento inadequado do clero e a forma como a crença dos fiéis era
explorada foram decisivos para o início do protesto contra a Igreja Católica.
Motivações
econômicas
Embora a
crise religiosa tenha sido fundamental para o início da Reforma, questões
puramente econômicas também colaboraram. Apesar da nova maneira de pensar e
agir, sugerida pelo Renascimento, a igreja conservava um pensamento tipicamente
feudal afirmando que a prática comercial “não era agradável a Deus”, condenando
a busca do lucro e, principalmente, a usura (empréstimo de dinheiro a juros).
Desse modo, a igreja católica era um poderoso obstáculo para o desenvolvimento
da economia e prejudicava especialmente as atividades da burguesia, grupo que
tinha importância social cada vez maior.
A burguesia
passou a sentir a necessidade de um novo pensamento religioso, adequado ao
espírito do capitalismo comercial e que, portanto, não condenasse o lucro. Além
da burguesia, a nobreza também tinha interesse no enfraquecimento do
catolicismo acreditando que assim poderia se apossar das terras que autoridades
católicas haviam acumulado ao longo dos anos.
Essas questões, somadas as referidas questões religiosas, criavam um
clima próprio para protestos contra a igreja.
Motivações
políticas
A Igreja
era a maior proprietária de terras na Europa e sendo assim tinha muitos
vassalos que deviam obediência ao papa. Ou seja, haviam muitos senhores de
terra que enviavam recursos para Roma, que era sede da igreja, e não para os reis dos países que se
formavam.
Desse modo,
o papa tinha grande poder em diversas regiões da Europa interferindo inclusive
em decisões políticas. Para os reis, a igreja e o poder que o papa exercia
representavam uma dificuldade para o fortalecimento de suas monarquias. Assim, os reis passaram a disputar esse poder
político com o papa e a encarar a igreja como “entidade estrangeira” procurando
retomar os feudos católicos. Por essas
razões, o protestantismo também foi motivado por questões de ordem política.
Por outro lado, a igreja afirmava que era ela a responsável pela união do mundo
cristão. Muitas regiões, principalmente do norte da Europa, lutavam para
garantir sua independência em relação à Igreja Católica.
Reforma Luterana
Antes de Martinho Lutero outros pensadores já haviam formulado críticas
contra a Igreja, porém, foi a sua iniciativa, no começo do século XVI, que
transformou o protesto em ruptura. [3] Lutero ingressou
na Ordem dos Agostinianos em 1505 e passou a estudar teologia (doutrina religiosa). Pertencendo ao clero, não demorou
muito para se decepcionar com as práticas e com a corrupção que havia dentro da
igreja. Em 1510, após retornar de Roma, sede da igreja, suas ideias de
contestação começaram a amadurecer.
Entre 1511 e 1513, quando o monge já dava aulas de teologia na
Universidade de Wittenberg, passou a contestar um dos principais pontos da
doutrina católica: que a salvação eterna só seria alcançada por aqueles que
praticassem boas ações e colaborassem com a igreja. [4] Na
Bíblia, no livro de São Paulo, Lutero encontrou uma passagem fundamental e que
lhe serviu de estimulo para contestar o ensinamento passado pelas autoridades
católicas: “O justo se salvará pela fé”. Ao interpretar a frase, Lutero
concluiu que, ao contrário do que afirmava a igreja, não eram as boas ações que
poderiam garantir a salvação eterna, mas sim exclusivamente a fé em Deus. Para
completar, além de questionar o ensinamento da igreja no que se refere ao
verdadeiro caminho para a salvação eterna, a venda de indulgências provocava
grande descontentamento em Martinho Lutero.
Em 1517, o papa Leão X, com o objetivo de arrecadar fundos para concluir
a Basílica de São Pedro autorizou a livre concessão de indulgências aos fiéis
que contribuíssem com a igreja. Convencido de que a fé em Deus era a única
garantia de salvação, Lutero se negou a absolver os pecados das pessoas que lhe
apresentavam as cartas de indulgências adquiridas, o que provocou o seu
primeiro desentendimento com o alto clero. No dia 13 de outubro de 1517, inconformado
com a venda de indulgências, Lutero expôs na porta da igreja de Wittenberg um
documento com suas 95 teses
protestando contra a atitude do papa e criticando alguns elementos da doutrina católica.
A doutrina
de Lutero
O luteranismo se espalhou
pelo norte da Europa, principalmente na Alemanha, onde a igreja detinha grande
parte das terras e onde, tanto nobres quanto burgueses estavam insatisfeitas
com o poder da igreja. Os principais pontos da doutrina de Lutero são:
A fé é o único caminho para a salvação. (Lutero
não aceitava o ensinamento da igreja)
Fim de cinco, dos sete sacramentos da igreja, sendo
mantidos apenas o batismo e a eucaristia.
Sacerdócio universal (Segundo
a igreja, somente membros do clero tinham o conhecimento para compreender a
palavra de Deus. Para Lutero, todos poderiam interpretar a Bíblia de maneira
livre).
Negação da
infalibilidade da Igreja – a única fonte de verdade é a Bíblia. (Ao
contrário do afirmava a igreja, o papa poderia falhar como qualquer outra
pessoa e a igreja não deveria ter poder sobre o povo).
Abolição da hierarquia e do celibato no clero.
Preocupado com a popularidade de Lutero, o papa enviou uma carta ao
monge exigindo que ele se desculpasse por suas atitudes e retirasse as suas
afirmações, caso contrário, seria excomungado (expulso da igreja). Além de não
atender a exigência do papa, Lutero decidiu queimar a carta em praça pública. O
ato simbólico provocou o seu rompimento definitivo com a igreja católica. A
partir daí, Lutero poderia ser preso e julgado pela igreja a qualquer momento,
entretanto, recebeu proteção do príncipe Frederico, da Saxônia. [5]
Reforma Calvinista
As ideias
de Lutero se espalharam pela Europa e logo surgiram vários seguidores. Entre
tantos, um dos mais importantes foi o teólogo francês João Calvino (1509 – 1564), que,
perseguido em seu país, refugiou-se na Suíça onde pôde desenvolver seu
pensamento religioso. Apesar de ter sido influenciado por Lutero, Calvino foi
mais radical e negou o principal ponto da doutrina luterana afirmando que nem
as boas obras e nem a fé em Deus são garantias da salvação da alma. Segundo
Lutero, todos que tivessem fé poderiam ter a esperança da salvação, porém, para
Calvino o destino de cada pessoa já estava determinado por Deus, ou seja, os
indivíduos já estariam antecipadamente condenados ao inferno ou salvos no
paraíso. Conforme sua teoria da predestinação, publicada em 1536 em
sua principal obra, Instituição da religião
cristã, as pessoas nada poderiam fazer para mudar o destino traçado por
Deus. Porém, para confortar os fiéis, Calvino afirmava que dois sinais indicavam
que a pessoa havia sido abençoada com a vida eterna. Para Calvino, aqueles que
tivessem sido escolhidos por Deus para serem salvos teriam nesse mundo uma conduta correta, ou seja, uma vida sem
qualquer tipo de pecados evitando o luxo e as diversões. [6]
Outro importante sinal seria a prosperidade econômica. De acordo com a teoria calvinista, a riqueza e o lucro não eram pecados. Desse modo, o sucesso econômico era resultado de dedicação ao trabalho e principalmente sinal da benção de Deus. Deve-se trabalhar, poupar e investir os ganhos nas atividades econômicas para assim gerar novas oportunidades de trabalho. Por outro lado, a miséria era uma clara demonstração dos pecados humanos. Calvino afirmou: “Um homem que não quer trabalhar não deve comer [...]. O pobre é suspeito de preguiça, e a preguiça é uma injúria a Deus.”
Em um
período que o sistema econômico entrava em uma nova fase, a doutrina
calvinista, por incentivar o trabalho e a busca pelo lucro, foi amplamente
aceita pela classe burguesa. Justamente por atender aos interesses da
burguesia, o calvinismo se espalhou rapidamente pela Europa, especialmente em
países em que o comércio era mais desenvolvido. Na Escócia, os calvinistas
foram chamados de presbiterianos; na
Inglaterra, de puritanos; e na
França, de huguenotes. Os conflitos
entre católicos e protestantes tornaram-se comuns nesses países, sobretudo
entre os franceses. [7]
Reforma Anglicana
A reforma
anglicana ocorreu na Inglaterra e foi motivada mais por questões políticas do
que religiosas. O principal personagem do rompimento inglês com as autoridades
católicas foi o rei inglês, Henrique VIII. A igreja católica tinha grande poder
e influência na Inglaterra ao cobrar vários impostos e sendo, por exemplo,
grande proprietária de terras. O desentendimento entre as autoridades católicas
e o governo inglês agravou-se após Henrique VIII solicitar ao papa a anulação
de seu casamento com a princesa espanhola, Catarina de Aragão. O rei
justificava o seu pedido alegando que sua esposa não conseguia lhe dar um filho
homem para ser seu herdeiro. Entretanto, o papa rejeitou o pedido de Henrique
VIII, que, mesmo sem a aprovação do chefe maior dos católicos, casou-se com Ana
Bolena, uma dama da corte. Ao saber disso, o papa anunciou a expulsão de
Henrique da igreja.
Apoiado
pela nobreza, interessada nas propriedades da igreja, e pela burguesia,
interessada em maior liberdade comercial, o governo inglês rompeu
definitivamente com os católicos. Em
1534 o Parlamento aprovou o Ato de Supremacia, que declarava o rei como novo chefe da
igreja na Inglaterra, chamada igreja anglicana. Acumulando o poder
político e religioso, Henrique VIII passou a nomear bispos, desapropriar
terras da Igreja Católica e distribuí-las entre os nobres e atender interesses
dos burgueses.
• Enfraquecimento do poder político da Igreja
Católica.
• Os reis de países protestantes, por deixarem
de sofrer com a interferência das autoridades religiosas, fortaleceram seus
poderes.
• Especialmente através da doutrina calvinista,
a burguesia pôde se consolidar como nova e importante classe social.
• Na
disputa por novos fieis ou para recuperar os fieis perdidos, se originaram
vários conflitos religiosos entre católicos e protestantes.
• Transmissão do conhecimento religioso ganhou
nova dimensão, já que a Bíblia foi traduzida para o alemão e para o francês,
por exemplo, permitindo acesso para um número maior de fieis.
• Com o avanço das ideias protestantes, a igreja
católica iniciou o movimento de reação que ficou conhecido como
contrarreforma.
A reação da Igreja Católica: a Contrarreforma
Inicialmente as autoridades católicas acreditavam que os protestos
contra a igreja eram temporários e não se importaram com movimento que ficou
conhecido como Reforma Protestante. Entretanto, a continuidade das críticas e o
crescimento do número de fiéis que deixavam o catolicismo para seguir uma
doutrina protestante fizeram com que a igreja católica iniciasse uma reação
contra o protestantismo. A resposta da igreja católica ao surgimento e avanço
das igrejas protestantes ficou conhecida como contrarreforma. [8]
Para recuperar os fiéis que
abandonavam a igreja ou conquistar novos, o clero católico adotou várias
estratégias, entre as principais pode-se citar: a convocação do Concílio de
Trento, a criação da Companhia de
Jesus e o fortalecimento do Tribunal
do Santo Ofício.
Concílio de Trento
Em 1545 o papa Paulo III convocou todos os bispos para uma reunião a
ser realizada na cidade de Trento, na Itália, com o objetivo de discutir a
doutrina da igreja católica. Em 1563, depois de anos de debates, o clero
apresentou um conjunto de decisões tomadas sem, entretanto, promover mudanças
na doutrina religiosa.
- os dogmas da igreja foram
mantidos, assim como os sete sacramentos, a hierarquia e o celibato clerical.
- a corrupção no clero passou a
ser condenada. Porém, a igreja manteve a mesma posição em relação à venda de
indulgências, afirmando que eram legitimas.
- Para melhorar a formação dos
membros do clero, foram criados diversos seminários de teologia.
- foi criada uma comissão para
organizar o Índex Librorum Proibitorum,
uma lista de livros que os católicos consideravam proibidos. No geral, eram
livros que contrariavam os ensinamentos da igreja.
- Para punir os suspeitos de
heresia e os acusados de contrariar a fé católica a igreja reorganizou o Tribunal do Santo Ofício.
Em 1534 o militar espanhol Inácio de Loyola criou a
Companhia de Jesus, reconhecida em 1540 pelo papa Paulo III como Ordem dos
Jesuítas. A principal função da ordem era combater o protestantismo e para
tanto, os jesuítas, como eram chamados os membros da ordem, investiram na
criação de inúmeras escolas religiosas. Além de reconquistar os fiéis
convertidos às religiões protestantes, os jesuítas pretendiam catequizar os
povos não cristãos, isto é, converter esses povos ao cristianismo. Os jesuítas se encarregaram, por exemplo, de
criar escolas na América e catequizar as populações locais das novas áreas
descobertas pelos europeus.
Tribunal do Santo Ofício
A reorganização do Tribunal do Santo Ofício
representou a volta da inquisição. Esse tribunal foi o instrumento utilizado
pela igreja católica para perseguir e punir todos que divergissem de sua
doutrina, reafirmada no Concílio de Trento. As pessoas acusadas de possíveis
crimes contra a fé católica sofriam com longos interrogatórios e eram inclusive
submetidas à tortura. Esse tribunal teve grande presença na América, nas
colônias de espanhóis e portugueses.
VÍDEOS
Martinho Lutero - A reforma Protestante
Historia do Protestantismo
QUESTÕES
1) Que motivos levaram Martinho Lutero a contestar a Igreja
Católica?
2) Qual era o ensinamento passado pela igreja no que se
refere a salvação eterna?
3) Com suas “95 teses” Lutero deu início a aquilo que foi
chamado de Reforma Protestante. Quais eram os principais pontos da doutrina
elaborada por ele?
4) Além de motivos religiosos, houveram também motivações
econômicas e políticas para a Reforma Protestante. Com suas palavras, explique
as razões para a burguesia, para a nobreza e para os reis apoiarem a Reforma.
5) Explique a doutrina elaborada por João Calvino.
6) Com suas palavras, explique por que motivo os burgueses
simpatizaram com a doutrina calvinista.
7) De que forma o Renascimento está relacionado com a
Reforma Protestante?
8) Na Reforma Anglicana o Ato de Supremacia teve grande
importância. O que foi e o que significou esse Ato?
9) Quais foram as principais consequências da reforma
protestante?
10) A Igreja Católica
reagiu ao avanço do protestantismo através da Contrarreforma. Quais eram os
principais objetivos da igreja com a Contrarreforma? Que meios ela se utilizou
para atingir esses objetivos?
11) O que pretendia a Igreja Católica com a elaboração do INDEX?
12) Qual era a função do Tribunal do Santo Ofício?
13) Com que finalidade foi criada a Companhia dos Jesuítas
em 1534?
14) O que foi e o que pretendiam as autoridades religiosas
com o Concílio de Trento?
[1] Heresia
significa escolha, opção, e é um termo de origem grega. Heresia é quando alguém
tem um pensamento diferente de um sistema ou de uma religião. Sendo assim, para
a igreja católica, todo aquele que acusado de heresia era considerado um herege,
ou seja, um pecador. A Igreja Católica ficou tão preocupada com as criticas aos seus
ensinamentos que criou no século XIII o Tribunal da Igreja Católica, mais
conhecido como A Santa Inquisição. A Inquisição tinha o objetivo de perseguir,
julgar e punir as pessoas acusadas de heresia.
[2] O movimento renascentista teve grande importância para
a Reforma Protestante. Por ter alterado vários valores da época, valorizando a
razão e colocando o homem no centro do universo, o movimento foi fundamental
por promover uma mudança no modo de pensar e assim colaborou com a discussão em
torno do papel e da postura da igreja.
[3] Os antecessores de Lutero mais conhecidos foram o
inglês John Wyclif e tcheco Jean Huss.
De maneira geral, os dois lutavam pelo resgate da pureza e simplicidade inicial
do cristianismo, criticavam a venda de indulgências e defendiam o sacerdócio
universal. Entretanto, esses pensadores não chegaram a atacar o catolicismo.
[4] Naquela época, a maioria esmagadora das pessoas
conviviam com grande preocupação e dúvida em relação a vida depois da morte.
Assim, as pessoas buscavam saber se iriam para o “paraíso” ou para o “inferno”.
A igreja católica não tinha somente as respostas para essas dúvidas, tinha
também o caminho que a pessoa deveria seguir em vida para garantir a salvação
eterna.
[5] A Reforma Protestante teve início no território que
hoje corresponde a Alemanha. Na época, a Alemanha ainda não existia como um
Estado Nação e esse território era composto por centenas de reinos sendo que
cada um era governado por um príncipe. O papa tinha grande autoridade sobre
esses reinos, pois a igreja era proprietária da maior parte das terras e
cobrava dos nobres várias taxas pelo uso da terra. Os altos impostos
enriqueciam a igreja e ao mesmo tempo empobreciam esses reinos, daí se explica
o porquê de muitos príncipes da região terem apoiado Lutero.
[6] Calvino tornou-se líder político e religioso da cidade
de Genebra, na Suíça, onde proibiu o teatro, a dança, o jogo de cartas e até
mesmo multou as pessoas que rissem durante o culto ou rezassem em latim.
[7] A Noite de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572,
demonstra bem o conflito religioso. Na França, os católicos, apoiados pelo
governo francês, mataram mais de 30 mil huguenotes
nas ruas de Paris.
[8] As autoridades católicas afirmavam que já haviam
iniciado sua própria reforma quando Lutero publicou a suas teses. Por isso,
essas autoridades preferiram chamar esse movimento de Reforma Católica. Os
papas que participaram da tentativa de reorganizar a igreja católica foram:
Paulo III (1534 – 1549); Paulo IV (1555 – 1559); Pio V (1566 – 1572); Sisto V
(1585 – 1590).
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