"O passado não reconhece seu lugar: está sempre presente (Mário Quintana)

7.4 - A Reforma Protestante e a Contrarreforma

 A intolerância religiosa sempre foi motivo, ou então pretexto, para vários conflitos entre as pessoas em diferentes épocas. Durante toda a Idade Média a Igreja Católica exerceu grande poder interferindo no comportamento das pessoas, na economia e na política.  Aqueles que não aceitavam as regras estabelecidas por ela eram acusados de heresia[1] e tornavam-se vítimas de perseguição. No início da Idade Moderna e especialmente com avanço das ideias propostas pelo Renascimento, muitos cristãos, levados pelo pensamento crítico, passaram a questionar a autoridade do Papa e as práticas e abusos das autoridades católicas. O movimento que contestou a Igreja Católica ficou conhecido como Reforma Protestante, teve Martinho Lutero como um de seus principais nomes e provocou, apesar da reação da igreja, o fim da supremacia do catolicismo na Europa.

As motivações para a reforma

A Reforma Protestante é, junto com as descobertas marítimas e com o movimento renascentista,[2] um dos acontecimentos que assinalaram o início da Idade Moderna. Desse modo, deve ser compreendida como sendo parte de uma série de transformações que ocorriam na Europa no final do século XV e início do século XVI. Apesar de as questões religiosas serem as mais marcantes, o protesto contra a igreja foi motivado também por questões de ordem econômica e política.

Motivações religiosas

O prestígio da Igreja vinha caindo desde o século XIV e no início do XVI  a entidade já mostrava graves sinais de crise moral e religiosa. Ao mesmo tempo em que se formavam as monarquias nacionais, os reis iam se fortalecendo tirando o poder dos senhores feudais e limitando direitos da igreja, como por exemplo, cobrar taxas, manter tribunais e nomear bispos. Para recuperar o prestígio junto aos fiéis, as autoridades religiosas envolveram-se em guerras e lutas pelo poder. A construção da Basílica de São Pedro, em Roma, foi uma das estratégias utilizadas pela igreja para demonstrar todo o seu poder. Tantos investimentos em guerras e em obras fizeram com que a instituição adotasse novas práticas de arrecadação e entrasse em uma profunda crise religiosa e moral.
Durante a Idade Média as pessoas conviviam com o medo do inferno, do juízo ou julgamento final, medo esse que estava ligado ao pecado e que foi ao longo dos anos manipulado e aproveitado pela Igreja Católica. A salvação eterna, segundo o clero, poderia ser alcançada através de orações e penitências, mas também, poderia ser comprada. Assim, para se livrarem do sentimento de culpa muitas pessoas doavam bens e dinheiro à igreja. A insatisfação transformou-se em revolta quando a igreja, procurando arrecadar fundos para concluir a Basílica de São Pedro, passou a praticar a venda de indulgências (perdão dos pecados mediante pagamento) e a comercializar “relíquias sagradas” (espinhos que teriam corado Cristo no momento da crucificação, palhas da manjedoura de Jesus, pedaços da cruz etc.).  
  Vários membros da igreja haviam comprado cargos e desse modo vários bispos, cardeais e padres eram mal instruídos e despreparados para orientar os fiéis. A corrupção e a ignorância de muitos representantes do clero provocava profundo descontentamento entre os fiéis. Para completar, ao mesmo tempo em que condenavam a riqueza material e afirmavam que o lucro era sinal de pecado, padres e bispos viviam com exagerado luxo enquanto boa parte do povo vivia na miséria. O comportamento inadequado do clero e a forma como a crença dos fiéis era explorada foram decisivos para o início do protesto contra a Igreja Católica.

Motivações econômicas

Embora a crise religiosa tenha sido fundamental para o início da Reforma, questões puramente econômicas também colaboraram. Apesar da nova maneira de pensar e agir, sugerida pelo Renascimento, a igreja conservava um pensamento tipicamente feudal afirmando que a prática comercial “não era agradável a Deus”, condenando a busca do lucro e, principalmente, a usura (empréstimo de dinheiro a juros). Desse modo, a igreja católica era um poderoso obstáculo para o desenvolvimento da economia e prejudicava especialmente as atividades da burguesia, grupo que tinha importância social cada vez maior.
A burguesia passou a sentir a necessidade de um novo pensamento religioso, adequado ao espírito do capitalismo comercial e que, portanto, não condenasse o lucro. Além da burguesia, a nobreza também tinha interesse no enfraquecimento do catolicismo acreditando que assim poderia se apossar das terras que autoridades católicas haviam acumulado ao longo dos anos.  Essas questões, somadas as referidas questões religiosas, criavam um clima próprio para protestos contra a igreja.



Motivações políticas

A Igreja era a maior proprietária de terras na Europa e sendo assim tinha muitos vassalos que deviam obediência ao papa. Ou seja, haviam muitos senhores de terra que enviavam recursos para Roma, que era sede da igreja,  e não para os reis dos países que se formavam.
Desse modo, o papa tinha grande poder em diversas regiões da Europa interferindo inclusive em decisões políticas. Para os reis, a igreja e o poder que o papa exercia representavam uma dificuldade para o fortalecimento de suas monarquias.  Assim, os reis passaram a disputar esse poder político com o papa e a encarar a igreja como “entidade estrangeira” procurando retomar os feudos católicos.  Por essas razões, o protestantismo também foi motivado por questões de ordem política. Por outro lado, a igreja afirmava que era ela a responsável pela união do mundo cristão. Muitas regiões, principalmente do norte da Europa, lutavam para garantir sua independência em relação à Igreja Católica.

Reforma Luterana

Antes de Martinho Lutero outros pensadores já haviam formulado críticas contra a Igreja, porém, foi a sua iniciativa, no começo do século XVI, que transformou o protesto em ruptura. [3] Lutero ingressou na Ordem dos Agostinianos em 1505 e passou a estudar teologia (doutrina religiosa). Pertencendo ao clero, não demorou muito para se decepcionar com as práticas e com a corrupção que havia dentro da igreja. Em 1510, após retornar de Roma, sede da igreja, suas ideias de contestação começaram a amadurecer.
Entre 1511 e 1513, quando o monge já dava aulas de teologia na Universidade de Wittenberg, passou a contestar um dos principais pontos da doutrina católica: que a salvação eterna só seria alcançada por aqueles que praticassem boas ações e colaborassem com a igreja. [4] Na Bíblia, no livro de São Paulo, Lutero encontrou uma passagem fundamental e que lhe serviu de estimulo para contestar o ensinamento passado pelas autoridades católicas: “O justo se salvará pela fé”. Ao interpretar a frase, Lutero concluiu que, ao contrário do que afirmava a igreja, não eram as boas ações que poderiam garantir a salvação eterna, mas sim exclusivamente a fé em Deus. Para completar, além de questionar o ensinamento da igreja no que se refere ao verdadeiro caminho para a salvação eterna, a venda de indulgências provocava grande descontentamento em Martinho Lutero.
Em 1517, o papa Leão X, com o objetivo de arrecadar fundos para concluir a Basílica de São Pedro autorizou a livre concessão de indulgências aos fiéis que contribuíssem com a igreja. Convencido de que a fé em Deus era a única garantia de salvação, Lutero se negou a absolver os pecados das pessoas que lhe apresentavam as cartas de indulgências adquiridas, o que provocou o seu primeiro desentendimento com o alto clero. No dia 13 de outubro de 1517, inconformado com a venda de indulgências, Lutero expôs na porta da igreja de Wittenberg um documento com suas 95 teses protestando contra a atitude do papa e criticando alguns elementos da doutrina católica.

A doutrina de Lutero

O luteranismo se espalhou pelo norte da Europa, principalmente na Alemanha, onde a igreja detinha grande parte das terras e onde, tanto nobres quanto burgueses estavam insatisfeitas com o poder da igreja. Os principais pontos da doutrina de Lutero são:

A fé é o único caminho para a salvação. (Lutero não aceitava o ensinamento da igreja)
Fim de cinco, dos sete sacramentos da igreja, sendo mantidos apenas o batismo e a eucaristia.
Sacerdócio universal (Segundo a igreja, somente membros do clero tinham o conhecimento para compreender a palavra de Deus. Para Lutero, todos poderiam interpretar a Bíblia de maneira livre).
 Negação da infalibilidade da Igreja – a única fonte de verdade é a Bíblia. (Ao contrário do afirmava a igreja, o papa poderia falhar como qualquer outra pessoa e a igreja não deveria ter poder sobre o povo).
Abolição da hierarquia e do celibato no clero.
Preocupado com a popularidade de Lutero, o papa enviou uma carta ao monge exigindo que ele se desculpasse por suas atitudes e retirasse as suas afirmações, caso contrário, seria excomungado (expulso da igreja). Além de não atender a exigência do papa, Lutero decidiu queimar a carta em praça pública. O ato simbólico provocou o seu rompimento definitivo com a igreja católica. A partir daí, Lutero poderia ser preso e julgado pela igreja a qualquer momento, entretanto, recebeu proteção do príncipe Frederico, da Saxônia. [5]




Reforma Calvinista

As ideias de Lutero se espalharam pela Europa e logo surgiram vários seguidores. Entre tantos, um dos mais importantes foi o teólogo francês João Calvino (1509 – 1564), que, perseguido em seu país, refugiou-se na Suíça onde pôde desenvolver seu pensamento religioso. Apesar de ter sido influenciado por Lutero, Calvino foi mais radical e negou o principal ponto da doutrina luterana afirmando que nem as boas obras e nem a fé em Deus são garantias da salvação da alma. Segundo Lutero, todos que tivessem fé poderiam ter a esperança da salvação, porém, para Calvino o destino de cada pessoa já estava determinado por Deus, ou seja, os indivíduos já estariam antecipadamente condenados ao inferno ou salvos no paraíso. Conforme sua teoria da predestinação, publicada em 1536 em sua principal obra, Instituição da religião cristã, as pessoas nada poderiam fazer para mudar o destino traçado por Deus. Porém, para confortar os fiéis, Calvino afirmava que dois sinais indicavam que a pessoa havia sido abençoada com a vida eterna. Para Calvino, aqueles que tivessem sido escolhidos por Deus para serem salvos teriam nesse mundo uma conduta correta, ou seja, uma vida sem qualquer tipo de pecados evitando o luxo e as diversões. [6] 

Outro importante sinal seria a prosperidade econômica. De acordo com a teoria calvinista, a riqueza e o lucro não eram pecados. Desse modo, o sucesso econômico era resultado de dedicação ao trabalho e principalmente sinal da benção de Deus. Deve-se trabalhar, poupar e investir os ganhos nas atividades econômicas para assim gerar novas oportunidades de trabalho. Por outro lado, a miséria era uma clara demonstração dos pecados humanos. Calvino afirmou: “Um homem que não quer trabalhar não deve comer [...]. O pobre é suspeito de preguiça, e a preguiça é uma injúria a Deus.”
Em um período que o sistema econômico entrava em uma nova fase, a doutrina calvinista, por incentivar o trabalho e a busca pelo lucro, foi amplamente aceita pela classe burguesa. Justamente por atender aos interesses da burguesia, o calvinismo se espalhou rapidamente pela Europa, especialmente em países em que o comércio era mais desenvolvido. Na Escócia, os calvinistas foram chamados de presbiterianos; na Inglaterra, de puritanos; e na França, de huguenotes. Os conflitos entre católicos e protestantes tornaram-se comuns nesses países, sobretudo entre os franceses. [7]

Reforma Anglicana

A reforma anglicana ocorreu na Inglaterra e foi motivada mais por questões políticas do que religiosas. O principal personagem do rompimento inglês com as autoridades católicas foi o rei inglês, Henrique VIII. A igreja católica tinha grande poder e influência na Inglaterra ao cobrar vários impostos e sendo, por exemplo, grande proprietária de terras. O desentendimento entre as autoridades católicas e o governo inglês agravou-se após Henrique VIII solicitar ao papa a anulação de seu casamento com a princesa espanhola, Catarina de Aragão. O rei justificava o seu pedido alegando que sua esposa não conseguia lhe dar um filho homem para ser seu herdeiro. Entretanto, o papa rejeitou o pedido de Henrique VIII, que, mesmo sem a aprovação do chefe maior dos católicos, casou-se com Ana Bolena, uma dama da corte. Ao saber disso, o papa anunciou a expulsão de Henrique da igreja.
Apoiado pela nobreza, interessada nas propriedades da igreja, e pela burguesia, interessada em maior liberdade comercial, o governo inglês rompeu definitivamente com os católicos.  Em 1534 o Parlamento aprovou o Ato de Supremacia, que declarava o rei como novo chefe da igreja na Inglaterra, chamada igreja anglicana. Acumulando o poder político e religioso, Henrique VIII passou a nomear bispos, desapropriar terras da Igreja Católica e distribuí-las entre os nobres e atender interesses dos burgueses.


As consequências da reforma protestante:

  Enfraquecimento do poder político da Igreja Católica.
  Os reis de países protestantes, por deixarem de sofrer com a interferência das autoridades religiosas, fortaleceram seus poderes.
  Especialmente através da doutrina calvinista, a burguesia pôde se consolidar como nova e importante classe social.
   Na disputa por novos fieis ou para recuperar os fieis perdidos, se originaram vários conflitos religiosos entre católicos e protestantes.
  Transmissão do conhecimento religioso ganhou nova dimensão, já que a Bíblia foi traduzida para o alemão e para o francês, por exemplo, permitindo acesso para um número maior de fieis.
   Com o avanço das ideias protestantes, a igreja católica iniciou o movimento de reação que ficou conhecido como contrarreforma. 

A reação da Igreja Católica: a Contrarreforma

Inicialmente as autoridades católicas acreditavam que os protestos contra a igreja eram temporários e não se importaram com movimento que ficou conhecido como Reforma Protestante. Entretanto, a continuidade das críticas e o crescimento do número de fiéis que deixavam o catolicismo para seguir uma doutrina protestante fizeram com que a igreja católica iniciasse uma reação contra o protestantismo. A resposta da igreja católica ao surgimento e avanço das igrejas protestantes ficou conhecida como contrarreforma. [8]  Para recuperar os fiéis que abandonavam a igreja ou conquistar novos, o clero católico adotou várias estratégias, entre as principais pode-se citar: a convocação do Concílio de Trento, a criação da Companhia de Jesus e o fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício. 

Concílio de Trento

Em 1545 o papa Paulo III convocou todos os bispos para uma reunião a ser realizada na cidade de Trento, na Itália, com o objetivo de discutir a doutrina da igreja católica. Em 1563, depois de anos de debates, o clero apresentou um conjunto de decisões tomadas sem, entretanto, promover mudanças na doutrina religiosa.

- os dogmas da igreja foram mantidos, assim como os sete sacramentos, a hierarquia e o celibato clerical.

- a corrupção no clero passou a ser condenada. Porém, a igreja manteve a mesma posição em relação à venda de indulgências, afirmando que eram legitimas.

- Para melhorar a formação dos membros do clero, foram criados diversos seminários de teologia.

- foi criada uma comissão para organizar o Índex Librorum Proibitorum, uma lista de livros que os católicos consideravam proibidos. No geral, eram livros que contrariavam os ensinamentos da igreja.

- Para punir os suspeitos de heresia e os acusados de contrariar a fé católica a igreja reorganizou o Tribunal do Santo Ofício. 

A Companhia de Jesus

Em 1534 o militar espanhol Inácio de Loyola criou a Companhia de Jesus, reconhecida em 1540 pelo papa Paulo III como Ordem dos Jesuítas. A principal função da ordem era combater o protestantismo e para tanto, os jesuítas, como eram chamados os membros da ordem, investiram na criação de inúmeras escolas religiosas. Além de reconquistar os fiéis convertidos às religiões protestantes, os jesuítas pretendiam catequizar os povos não cristãos, isto é, converter esses povos ao cristianismo.  Os jesuítas se encarregaram, por exemplo, de criar escolas na América e catequizar as populações locais das novas áreas descobertas pelos europeus.

Tribunal do Santo Ofício

A reorganização do Tribunal do Santo Ofício representou a volta da inquisição. Esse tribunal foi o instrumento utilizado pela igreja católica para perseguir e punir todos que divergissem de sua doutrina, reafirmada no Concílio de Trento. As pessoas acusadas de possíveis crimes contra a fé católica sofriam com longos interrogatórios e eram inclusive submetidas à tortura. Esse tribunal teve grande presença na América, nas colônias de espanhóis e portugueses.


VÍDEOS

                    Martinho Lutero - A reforma Protestante


                            Historia do Protestantismo




QUESTÕES

1) Que motivos levaram Martinho Lutero a contestar a Igreja Católica?
2) Qual era o ensinamento passado pela igreja no que se refere a salvação eterna?
3) Com suas “95 teses” Lutero deu início a aquilo que foi chamado de Reforma Protestante. Quais eram os principais pontos da doutrina elaborada por ele?
4) Além de motivos religiosos, houveram também motivações econômicas e políticas para a Reforma Protestante. Com suas palavras, explique as razões para a burguesia, para a nobreza e para os reis apoiarem a Reforma.
5) Explique a doutrina elaborada por João Calvino.
6) Com suas palavras, explique por que motivo os burgueses simpatizaram com a doutrina calvinista.
7) De que forma o Renascimento está relacionado com a Reforma Protestante?
8) Na Reforma Anglicana o Ato de Supremacia teve grande importância. O que foi e o que significou esse Ato?
9) Quais foram as principais consequências da reforma protestante?
10)  A Igreja Católica reagiu ao avanço do protestantismo através da Contrarreforma. Quais eram os principais objetivos da igreja com a Contrarreforma? Que meios ela se utilizou para atingir esses objetivos?
11) O que pretendia a Igreja Católica com a elaboração do INDEX?
12) Qual era a função do Tribunal do Santo Ofício?
13) Com que finalidade foi criada a Companhia dos Jesuítas em 1534?
14) O que foi e o que pretendiam as autoridades religiosas com o Concílio de Trento?




[1] Heresia significa escolha, opção, e é um termo de origem grega. Heresia é quando alguém tem um pensamento diferente de um sistema ou de uma religião. Sendo assim, para a igreja católica, todo aquele que acusado de heresia era considerado um herege, ou seja, um pecador. A Igreja Católica ficou tão preocupada com as criticas aos seus ensinamentos que criou no século XIII o Tribunal da Igreja Católica, mais conhecido como A Santa Inquisição. A Inquisição tinha o objetivo de perseguir, julgar e punir as pessoas acusadas de heresia.
[2] O movimento renascentista teve grande importância para a Reforma Protestante. Por ter alterado vários valores da época, valorizando a razão e colocando o homem no centro do universo, o movimento foi fundamental por promover uma mudança no modo de pensar e assim colaborou com a discussão em torno do papel e da postura da igreja.

[3] Os antecessores de Lutero mais conhecidos foram o inglês John Wyclif e tcheco Jean Huss. De maneira geral, os dois lutavam pelo resgate da pureza e simplicidade inicial do cristianismo, criticavam a venda de indulgências e defendiam o sacerdócio universal. Entretanto, esses pensadores não chegaram a atacar o catolicismo.
[4] Naquela época, a maioria esmagadora das pessoas conviviam com grande preocupação e dúvida em relação a vida depois da morte. Assim, as pessoas buscavam saber se iriam para o “paraíso” ou para o “inferno”. A igreja católica não tinha somente as respostas para essas dúvidas, tinha também o caminho que a pessoa deveria seguir em vida para garantir a salvação eterna.

[5] A Reforma Protestante teve início no território que hoje corresponde a Alemanha. Na época, a Alemanha ainda não existia como um Estado Nação e esse território era composto por centenas de reinos sendo que cada um era governado por um príncipe. O papa tinha grande autoridade sobre esses reinos, pois a igreja era proprietária da maior parte das terras e cobrava dos nobres várias taxas pelo uso da terra. Os altos impostos enriqueciam a igreja e ao mesmo tempo empobreciam esses reinos, daí se explica o porquê de muitos príncipes da região terem apoiado Lutero.

[6] Calvino tornou-se líder político e religioso da cidade de Genebra, na Suíça, onde proibiu o teatro, a dança, o jogo de cartas e até mesmo multou as pessoas que rissem durante o culto ou rezassem em latim.

[7] A Noite de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572, demonstra bem o conflito religioso. Na França, os católicos, apoiados pelo governo francês, mataram mais de 30 mil huguenotes nas ruas de Paris.
[8] As autoridades católicas afirmavam que já haviam iniciado sua própria reforma quando Lutero publicou a suas teses. Por isso, essas autoridades preferiram chamar esse movimento de Reforma Católica. Os papas que participaram da tentativa de reorganizar a igreja católica foram: Paulo III (1534 – 1549); Paulo IV (1555 – 1559); Pio V (1566 – 1572); Sisto V (1585 – 1590).

Nenhum comentário:

Postar um comentário