Até o século XVII a economia era
essencialmente agrícola e as pessoas almejavam ou se contentavam com três
coisas: comida, roupa e moradia. E tudo isso vinha da terra. Entretanto, a
partir da segunda metade do século XVIII, influenciado pela mudança no modo de
pensar que foi incentivada pelo Iluminismo, teve início na Europa um processo
de grandes mudanças na forma de se produzir. Aos poucos, pequenas oficinas de
artesanato foram sendo substituídas pelas fábricas e simples ferramentas
trocadas por máquinas. Ao conjunto de transformações
tecnológicas e profundas mudanças sociais, econômicas e culturais que alteraram
a vida de milhares de pessoas chamamos de Revolução
Industrial.[1] A
principal característica dessa revolução, como veremos, foi a mudança na forma
de produzir, comercializar e transportar mercadorias. Durante a Revolução
Industrial foi inaugurado a fase do capitalismo
industrial.[2]
Os diferentes estágios da produção
Produção
artesanal – Inicialmente
a produção se dava por meio do artesanato. Nesse
estágio, surgido há milhares de anos, era o produtor (artesão) que controlava
todas as etapas da produção. Ele era o dono da matéria-prima, das ferramentas
que utilizava em sua produção e do produto final que normalmente já havia sido
encomendado por alguém ou seria negociado.
Produção
Manufatureira – Na Idade Média muitos trabalhadores passaram a trabalhar
para um único comerciante, que fornecia a matéria-prima, as ferramentas e
pagava um salário aos trabalhadores. A partir do século XVI, com a expansão
comercial e urbana, os comerciantes perceberam que seria possível lucrar mais
se fosse ampliada a produção de mercadorias. A produção passou a ser
feita em manufaturas, oficinas que ainda não possuíam máquinas, porém, contavam
com um grande número de operários e ferramentas. Diferente da produção
artesanal, na produção manufatureira havia um gerente que coordenava todo o
processo de produção. Nesse estágio o trabalho passou a ser dividido de forma
racional e cada trabalhador passou a assumir uma tarefa especifica no processo
de produção. O objetivo principal era acelerar a produção.
Produção Mecanizada – A partir das grandes navegações o comércio entre
diferentes regiões teve grande crescimento e para esse comércio continuar
prosperando era necessário aumentar ainda mais a produção de mercadorias.
Devido a essa necessidade, depois da produção artesanal e manufatureira, a
produção passou ser feita com o uso de máquinas e em fábricas. Os avanços
técnicos foram fundamentais para a criação das primeiras máquinas industriais.
Uma característica marcante desse modo de produção foi a substituição de várias
ferramentas e do trabalho de muitos operários.
As
fases da revolução
A Revolução Industrial pode ser dividida em
três fases. A primeira revolução marcou o predomínio
da Inglaterra e foi aproximadamente
de 1750 a 1830. Essa fase é marcada pela produção têxtil de algodão, pelo
desenvolvimento da siderurgia e pelo uso da energia a vapor. Esses avanços chegaram
a outros países da Europa e nos Estados Unidos.
A chamada Segunda Revolução Industrial teve início por
volta de 1870 e se estendeu aproximadamente até 1940. Os principais avanços técnicos
e científicos, desenvolvidos primeiramente pelos norte-americanos, se
espalharam pelo continente europeu e chegaram também ao Japão. Nesse período,
o aço tornou-se a matéria prima básica, a indústria química e metalúrgica tiveram
grande avanço e a energia
elétrica e os combustíveis derivados
do petróleo tornaram-se as principais fontes de energia. Muitos desses
avanços puderam ser notados no decorrer da Primeira e especialmente Segunda
Guerra Mundial.
Muitos autores defendem a ideia de que atualmente
vivemos na época da Terceira Revolução Industrial, iniciada alguns anos após a
Segunda Guerra Mundial e notada mais nitidamente a partir de 1970. Essa fase apresenta
processos tecnológicos decorrentes de uma integração entre ciência e produção. O
trabalho passou por uma profunda reestruturação e as atividades que mais se
destacam estão vinculadas à produção de computadores, softwares,
microeletrônica, chips, transistores, circuitos eletrônicos, além da robótica
com grande aceitação nas indústrias.
Nesse módulo,
trataremos dos avanços da Primeira Revolução Industrial por estar indiretamente
relacionada às mudanças promovidas pelo iluminismo e se dar na mesma época da
Revolução Francesa, que estudaremos a seguir.
O
pioneirismo inglês
A Inglaterra foi o primeiro país europeu a dar início ao
processo de revolução na forma de se produzir. Esse pioneirismo inglês pode ser
explicado pela soma de um conjunto de fatores.
Acúmulo de capitais: muito antes do início da revolução vários governos da
Inglaterra já haviam tomado providências favoráveis ao desenvolvimento econômico
do país. Durante os séculos XV e XI os ingleses formaram uma grande rede
comércio com as colônias ultramarinas da qual obtinham grandes lucros. Além
disso, a Inglaterra tornou-se a principal potência naval do mundo e predominava
no país um espírito calvinista[3] que não condenava o lucro.
A burguesia inglesa tinha
capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e
máquinas e contratar empregados. Nesse processo, a Revolução Gloriosa (1688)[4] teve grande importância
para o desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra.
Modernização da agricultura: A partir do século
XVI os ingleses introduziram importantes mudanças no campo, como a introdução
do sistema de cultivo de rotação em três campos e a prática dos cercamentos no
confinamento dos animais. Essas inovações tiveram vários resultados: aumento da
produção agrícola e a expulsão dos camponeses de suas terras. A maior
quantidade de alimento foi fundamental para alimentar a população que crescia
rapidamente e os camponeses tornaram-se mão de obra barata para trabalhar nas
fábricas que surgiam nas cidades.
Crescimento populacional: a grande oferta de trabalhadores que seriam explorados nas
fábricas foi possível graças ao aumento da produtividade agrícola e ao combate
às epidemias que permitiu o aumento populacional.
Abundância de ferro e de carvão: os ingleses tinham uma vantagem que poucos países da
Europa tinham: a existência de ricas minas de carvão e de ferro, essenciais
para a obtenção de energia e fabricação das máquinas industriais.
Posição geográfica favorável: Por fim, a Inglaterra ainda podia se beneficiar de sua
favorável posição geográfica. O fato de ser uma ilha facilitou o
desenvolvimento do comércio marítimo da Inglaterra e o escoamento de sua
produção.
A PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
O
principal aspecto que diferencia a espécie humana de qualquer outra criatura
que habita o planeta é a sua capacidade de criação. Nos milhares de anos de
evolução, da pré-história ao nosso tempo atual e diante das mais variáveis dificuldades
ou necessidades, o homem descobriu e desenvolveu diferentes materiais, objetos
e ferramentas que modificaram totalmente a maneira como vivemos. Durante a
Idade Moderna as descobertas passaram a ocorrer de forma mais rápida e cada uma
delas, de uma forma ou de outra, contribuíram para uma verdadeira revolução.
A primeira fase da Revolução Industrial teve início na Inglaterra, ocorreu entre
a segunda metade do século XIX e início do século XX e foi marcada pela descoberta de novas tecnologias que transformaram rapidamente
a vida do homem, especialmente no modo de produzir e transportar mercadorias. A primeira Revolução Industrial teve duas importantes características: a
utilização do carvão como meio de fonte de energia e o minério de ferro
como principal matéria prima.[5]
A partir desses componentes se desenvolveram
a máquina a vapor, determinantes para dinamizar o transporte de matéria-prima,
pessoas e distribuir mercadorias. A
locomotiva, além da navegação marítima, também movida à energia do vapor do
carvão, modificaram profundamente o sistema de transportes. O principal
setor industrial a usufruir dessas novas tecnologias foi o da produção de
tecidos, produzidos artesanalmente antes da revolução.
Na Inglaterra, especialmente em grandes
centros como Manchester, por exemplo, as máquinas de fiar representaram grande
avanço na produção têxtil. A
matéria prima vinha das colônias (Índia e Estados Unidos). Cerca de 90% dos
tecidos ingleses de algodão eram vendidos o exterior, o que teve papel
determinante na arrancada industrial da Inglaterra. Em 1776 os Estados
Unidos declarou sua independência, o que representou uma grande perca para os
ingleses.
A mecanização se estendeu do setor têxtil para a
metalurgia, para os transportes, para a agricultura e para outros setores da
economia. Diversos inventos revolucionaram as técnicas de produção, alteraram a
economia o transporte e a comunicação.
ALGUMAS DAS PRINCIPAIS DESCOBERTAS E INVENÇÕES DA PRIMEIRA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1733 – Lançadeira volante. Foi inventada por John Kay e permitia o aumento da capacidade de tecelagem e de tecidos mais largos. A partir da lançadeira volante outras máquinas forma inventadas.
1735 – Produção do ferro. Em 1735, na Inglaterra, Abraham Darby utilizou o carvão mineral em lugar do carvão vegetal para fundição de ferro. Com este procedimento, a qualidade do ferro. Em 1847 tal feito foi divulgado, embora desde 1840, Darby utilizaria regularmente o processo para obter o ferro de maneira industrial. A produção industrial do ferro mudou o mundo. A partir de 1760 a produção aumentou e o ferro passou a ser usado em escala maior, primeiramente na construção de ferrovias e pontes
1763 - Máquina de fiar. Desenvolvida por James Hargreaves. Chamada de spinning jenny, a máquina transformava em fios
as fibras têxteis de algodão, seda e lã, para o fabrico de tecidos. Essa
invenção revolucionou a técnica de produção e substituiu a roca, um dos mais
simples e antigos instrumentos de fiar.
1770 – Máquina a vapor. Diversos nomes se
destacam no histórico do desenvolvimento da máquina a vapor. Os principais são
os ingleses James Watt e Thomas Newcomen. O uso da máquina na indústria de tecido, nas usinas de
carvão mineral, na industrialização do ferro, nas embarcações (navios a vapor),
nas estradas de ferro (locomotiva a vapor), entre outras, representou uma
revolução no transporte de passageiros e cargas.
1785 – Tear mecânico. Edmund Cartwrigt desenvolveu
o tear mecânico. A
máquina de Cartwrigt produzia o equivalente ao trabalho de duzentas pessoas. Em 1825, Richard Roberts conectou um vapor nesse tear, o que permitiu
aumentar ainda mais a produção de tecidos.
1807 – Navio a vapor. A invenção da máquina a
vapor permitiu outros inventos de grande importância para a humanidade. Os
primeiros ensaios para se construir um navio a vapor começaram na década de
1780 simultaneamente na França, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Por fim,
acabou sendo mesmo desenvolvido pelos norte-americanos. O primeiro a conseguir
foi Claude François. Seus projetos demonstraram a viabilidade da navegação a
vapor. Em 1787 se fabricou nos Estados Unidos o primeiro barco a vapor com propulsão
por hélices. O norte americano Robert Fulton, é reconhecido como o
primeiro a conseguir desenvolver um barco a vapor bem sucedido. A
partir de 1824 a aplicação da máquina a vapor na navegação se generalizou. Os
navios a vapor dominaram o cenário da navegação até o final da Segunda Guerra
Mundial. A partir da invenção e utilização do motor a diesel, mais econômicos,
e do desenvolvimento da aviação, eles foram perdendo sua importância.
1814 – Locomotiva a vapor. A primeira locomotiva a vapor usando trilhos foi construída pelo engenheiro inglês Richard Trevithick em fevereiro de 1804. A locomotiva conseguiu puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta passageiros à velocidade de 8 km por hora. O passo maior para o desenvolvimento da locomotiva foi dado, entretanto, pelo inglês George Stephenson no ano de 1814. A partir daí as locomotivas tiveram rápido desenvolvimento, especialmente com o uso do diesel e, mais tarde, da eletricidade. O uso da locomotiva representou uma das mais profundas conquistas da Revolução Industrial tornando-se essencial para o transporte de mercadorias e passageiros. Ainda hoje, em alguns países, o uso da locomotiva é de grande importância.
1834 – motor elétrico, O ano de 1886 pode ser considerado, como o ano de nascimento
da máquina elétrica, pois foi nesta data que o cientista alemão Werner von
Siemens inventou o primeiro gerador de corrente contínua auto-induzido.
Entretanto esta máquina que revolucionou o mundo em poucos anos, foi o último
estágio de estudos, pesquisas e invenções de muitos outros cientistas. Em 1834
Thomas Davenport projetou um motor forte o suficiente para girar uma pequena
máquina de impressão. Em 1838, Moritz-Hermann De Jacobi desenvolveu um motor
elétrico e o usou num bote. Alimentado por células de baterias, o bote
transportou 14 passageiros e navegou em uma velocidade de 4,8 quilômetros por
hora.
1837 – Telégrafo. Foi o primeiro aparelho que permitiu a comunicação à distância
através de fios e da eletricidade. Esse aparelho foi inventado, em 1837, pelo
norte americano Samuel Morse. Em 1844, Morse transmitiu a primeira mensagem
telegráfica pública e demonstrou como o telégrafo era capaz de enviar sinais
rapidamente e a grandes distâncias. Durante os 100
anos seguintes, o telégrafo se tornou o meio padrão de comunicação para longas
distâncias.
1839 – máquina fotográfica. O primeiro equipamento fotográfico fabricado em escala comercial da história foi criado em 1837 por Louis Jacques Mandé Daguerre e fabricado por Alphonse Giroux. A máquina foi apresentada publicamente na França em 1839 e no mesmo ano o governo do país declarou o invento como domínio público. Aos poucos as primeiras dificuldades técnicas foram sendo superadas e a fotografia ganhou grande popularidade.
Com tantas descobertas que modificaram tanto a forma de viver das pessoas, a grande fonte de riqueza deslocou-se da atividade comercial para a industrial e quem desenvolvesse a capacidade de produzir mercadorias passaria a ter a liderança econômica no mundo. A força e agilidade das máquinas industriais significaram um aumento da produtividade. A oportunidade de emprego nas fábricas que surgiam fez com que milhares de pessoas abandonassem o campo em direção às cidades. Essas mudanças foram fundamentais para acelerar o desenvolvimento do sistema capitalista. A utilização de máquinas nas indústrias, que desempenhavam grande força e agilidade movida à energia do carvão, proporcionou uma produtividade extremamente dinâmica, com isso a indústria tornou-se uma alternativa de trabalho. A agricultura e a criação de animais modicou-se e milhares de pessoas deixaram o campo em direção às cidades.
O acelerado êxodo rural provocou um
rápido crescimento dos centros urbanos em boa parte dos países europeus que
passavam pelas mudanças na forma de se produzir. A partir desse crescimento
populacional os centros urbanos ficaram saturados, se modificaram as paisagens urbanas,
e as cidades não absorveram o fluxo de pessoas de forma planejada, surgindo
assim bairros marginalizados compostos por trabalhadores mais pobres.
Questões:
1)
Com suas palavras, diga o que foi Revolução Industrial
identificando seu período e onde ocorreu.
2)
Ao longo da história a produção passou por diferentes estágios
iniciando-se pela produção artesanal, chegando na produção manufatureira e na
produção industrial. Explique as diferenças entre essas diferentes formas de
produção destacando o papel do trabalhador em cada um desses estágios.
3)
Por que a Inglaterra pôde ser o primeiro país promover a chamada
Revolução Industrial?
4)
Explique a modernização da agricultura na Inglaterra e diga por
que essa modernização foi tão importante para a Revolução Industrial.
5)
De que forma o aumento da população na Europa contribuiu para o
inicio da Revolução Industrial?
6)
A Revolução Industrial passou por diferentes fases. Com suas
palavras, caracterize a primeira fase dessa revolução destacando as fontes de
energias, as matérias-primas e as principais inovações técnicas desse período.
7)
Comente sobre as mudanças na vida dos trabalhadores e na
sociedade após a Revolução Industrial.
_____________________________________________________________________
TRABALHO EXTRA
- 1º Responda as questões anteriores (1 a 7)
- 2ª Escolha uma dos temas sugeridos a seguir e faça uma
pesquisa de acordo com o roteiro proposto.
* A HISTÓRIA DO TREM NO BRASIL
Quando se instalaram as primeiras
ferrovias no Brasil? Como era o Brasil daquela época e porque o trem foi tão
importante? De que maneira as ferrovias contribuíram para o desenvolvimento no
Brasil? / Como está o transporte ferroviário no país atualmente?
* FONTES DE ENERGIA NO BRASIL
A energia a vapor foi fundamental para a
Revolução Industrial que teve início na Europa no século XVIII. Com o tempo,
diversas outras fontes de energia foram desenvolvidas. No Brasil, quais são as
principais fontes de energia utilizadas atualmente? / Quais são as vantagens e
desvantagens de cada uma delas? / Quais são os principais problemas de geração
de energia enfrentados pelo país hoje em dia?
Obs: Para realização e entrega do
trabalho e pesquisa, aguarde e siga as orientações do professor.
[1] O que é Revolução?
Mudança radical na estrutura econômica, social, política. O que é Indústria? Não significa necessariamente um trabalho feito
em fábricas. Indústria é toda forma de trabalho em que se usa matéria-prima,
materiais já elaborados, ou peças, para produzir algum artigo.
[3] O Calvinismo afirmava que o único sinal de salvação
eterna estava na riqueza acumulada pelo individuo. Para João Calvino, o lucro e
a riqueza não eram sinais de pecado, mas sim, uma prova que a pessoa havia sido
escolhida por Deus e, portanto, tinha garantia da salvação da alma.
[4] A Revolução Gloriosa pôs fim ao absolutismo na
Inglaterra e estabeleceu a supremacia do Parlamento. A partir dessa revolução
os monarcas na Inglaterra tiveram que se submeter ao Parlamento e a classe
burguesa teve o caminho aberto para expandir seus negócios.
[5] Antes da Revolução Industrial a força animal e a força
da água e dos ventos foram as mais utilizadas pelo homem. Porém, nem sempre
existe um rio por perto para que suas águas possam mover as engrenagens e nem
sempre há bons ventos para empurrar as pás de um moinho e as velas do navio.
Esses problemas só foram resolvidos quando o carvão passou a ser queimado
produzindo a energia que movimentava as máquinas: o vapor. Até então, as
máquinas eram feitas basicamente de madeira e por isso não resistiam à
trepidação provocada pelo vapor. A necessidade de se utilizar um material mais
resistente levou o aperfeiçoamento da metalurgia e aos poucos as máquinas
passaram a ser feitas de ferro.
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